Informações apuradas pelo jornalista Caio Junqueira indicam que a Secretaria de Produtos de Defesa está preparando o que será apresentado pela comitiva brasileira durante o encontro.
A subdivisão do Ministério da Defesa do Brasil integra a Estratégia Nacional de Defesa. Ela cuida, dentre outras atribuições, da relação comercial das Forças Armadas do Brasil com a de outros países.
O encontro feito pela secretaria é apenas um dos quatro previstos na viagem presidencial. Além dele, a principal agenda é a reunião de Bolsonaro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Os chefes de Estado deverão tratar de aproximação comercial entre os dois países e é provável que abordem a tensão geopolítica na região.
A posição pela neutralidade que o Brasil tem defendido já foi manifestada em reunião na ONU pelo embaixador brasileiro na entidade.
O governo brasileiro defende não apoiar uma intervenção militar nem a utilização de sanções unilaterais fora do arcabouço legal da Carta das Nações Unidas.
Bolsonaro também terá um encontro com a Duma (Parlamento russo), e com empresários, embora sua agenda esteja sendo tratada no Palácio do Planalto como não confirmada.
A comitiva presidencial também não está fechada. Há uma tentativa de diminuir seu tamanho tendo em vista uma demanda até mesmo dos russos de reduzir as chances de contaminação pela COVID-19.
Por enquanto, estão na lista mais atualizada os ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), Braga Neto (Defesa), Carlos França (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia) e Teresa Cristina (Agricultura).
Há receio por exemplo da equipe econômica que a ida de Guedes possa atrapalhar o processo de admissão do Brasil na OCDE, principal meta internacional da gestão do ministro. A ministra Teresa Cristina também é dúvida, pois contraiu a COVID-19.
Ainda nesta terça-feira (8), a Sputnik Brasil entrevistou com exclusividade o embaixador do Brasil em Moscou, Rodrigo Baena Soares. Segundo ele, a agropecuária terá um papel central na visita de Bolsonaro à Moscou.