Apesar da preocupação, Putin afirmou que deseja fazer o possível para encontrar meios de reduzir as tensões.
"Eu quero enfatizar isso novamente. Eu afirmei, mas realmente gostaria que você finalmente me ouvisse e transmitisse isso para leitores, telespectadores e internautas. Você entende ou não que se a Ucrânia se juntar à OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e tentar recuperar a Crimeia por meios militares, os países europeus serão automaticamente arrastados para um conflito militar com a Rússia?", questionou o presidente ao seu homólogo francês.
Na sequência, Putin ressaltou que a Rússia "não permitirá" eventual tentativa como esta na Crimeia.
Embora tenha afirmado que o potencial militar da OTAN é incomparável com o de seu país, o presidente lembrou que a Rússia "é uma das principais potências nucleares" e está "à frente de muitas nações" atualmente.
"Não haverá vencedores. E você se verá arrastado para o conflito contra a sua vontade. Você nem terá tempo para piscar. O senhor presidente [da França], é claro, não quer esse desenrolar. E eu também não quero. É por isso que ele está aqui e me atormentou por seis horas com perguntas, garantias e opções de soluções", disse Putin.
O presidente russo ainda destacou que a OTAN tentou ditar regras para a Rússia após cercar as fronteiras do território com armamentos enviados à Ucrânia.
"Depois de mover sua infraestrutura militar para perto de nossas fronteiras, a OTAN e seus Estados-membros se consideram no direito de nos mandar uma mensagem sobre onde e como colocar nossas forças armadas e acreditam ser possível exigir a não realização de exercícios e manobras planejadas", disse ele.
Segundo Putin, o movimento das tropas russas em seu próprio território é apresentado pelo Ocidente como uma ameaça de invasão à Ucrânia. Porém, ele recordou que os membros da OTAN continuam a reforçar a Ucrânia com armas.
"Os países-membros da OTAN continuam a encher a Ucrânia com tipos modernos de armas, alocando recursos financeiros significativos para a modernização do exército ucraniano e enviando especialistas e instrutores militares", apontou.