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Tensão na Ucrânia: Mourão afirma que Brasil 'não está neutro'; Bolsonaro ainda não se pronunciou

Vice-presidente se pronuncia sobre a crise ucraniana, entretanto, presidente ainda não se posicionou. Para Mourão, decisão russa foi "uma tragédia". Já MRE do Brasil apelou para "solução diplomática baseada nos Acordos de Minsk".
Sputnik
Ontem (23), o vice-presidente, general Hamilton Mourão, disse que seria "difícil" o Brasil reconhecer a independência das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, no entanto hoje (24), Mourão foi mais incisivo e disse claramente que o país "não está neutro" e que "não apoia a invasão da Ucrânia".

"O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade", afirmou Mourão citado pelo G1.

Segundo a mídia, jornalistas que esperavam o vice-presidente na entrada do Palácio do Planalto perguntaram como ele avalia a ação russa. Mourão respondeu que observava como uma "tragédia".
"A gente tem que olhar sempre a história. A história ela ora se repete como farsa, ora se repete como tragédia. Nesse caso ela está se repetindo como tragédia", afirmou.
Indagado sobre a recente viagem de Bolsonaro a Moscou, quando o presidente disse ser solidário ao país e que Putin buscava a paz, Mourão não quis comentar.
"Eu não comento as palavras do presidente."
Até agora, o presidente, Jair Bolsonaro (PL), não se pronunciou sobre o assunto, e as declarações acerca da situação vêm acontecendo através de Mourão. Nesta manhã (24), Bolsonaro discursou em um evento em São José do Rio Preto (SP), mas não fez nenhuma menção à crise ucraniana, relatou o G1.
Já o Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota sobre a situação hoje (24), e apelou para uma "solução diplomática da crise com base nos Acordos de Minsk", levando em consideração a segurança de toda as partes envolvidas e proteção da população civil.

"Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias", diz a nota do MRE do Brasil.

Apesar da fala de Mourão ter a palavra "invasão", o presidente russo, Vladimir Putin, destacou hoje (24) que a ocupação do território ucraniano não está nos planos da Rússia.
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O líder russo também anunciou nesta quarta-feira (24), em seu segundo discurso à nação nesta semana, que em resposta ao pedido dos líderes das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) e no âmbito do cumprimento dos acordos sobre amizade e cooperação, ele tomou a decisão de realizar a operação especial militar.
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Segundo informou o Ministério da Defesa da Rússia, as armas de alta precisão russas estão destruindo infraestruturas militares da Ucrânia, bases aéreas, aviação e meios de defesa aérea, mas não estão sendo realizados ataque contra cidades ucranianas e não há ameaça para a população civil.
Putin também destacou em sua fala que toda a responsabilidade sobre o possível derramamento de sangue será completamente do regime do território ucraniano.
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