Na semana passada, a Rússia lançou uma operação especial para desmilitarizar e "desnazificar" a Ucrânia após as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk pedirem assistência para se defender dos ataques intensificados das forças ucranianas.
O Ministério da Defesa russo disse que está visando apenas locais e equipamentos militares da Ucrânia e que os civis estavam seguros. Em resposta, o Ocidente impôs ainda mais sanções contra Moscou e decidiu incrementar a assistência militar à Ucrânia, incluindo de armas letais.
"Os conselheiros de Biden estão mais que dispostos a arriscar uma guerra regional, crises humanitárias regionais e custos de energia mais elevados pela Ucrânia e seus vizinhos europeus", disse Kwiatkowski.
Desde 2009 os EUA têm pressionado fortemente para que a Ucrânia se junte à OTAN e sob ambos os presidentes, Donald Trump e Joe Biden, ajuda militar dos EUA e armas têm sido vendidas e entregues por várias vezes, observou ex-analista do Pentágono.
"Essas ações, tal como se pretendia, escalaram o conflito. Esta é a política dos EUA e da OTAN e foi citada por Putin na semana passada como uma razão para o reconhecimento por Moscou das duas repúblicas [populares] no leste e seus ataques militares contra as capacidades militares, laboratórios químicos e biológicos e comando e controle político da Ucrânia", comentou Kwiatkowski.
Um relatório publicado há três anos por um think tank muito influente dos EUA RAND Corporation deu informações importantes sobre os objetivos e metodologias da formulação de políticas de Washington sobre a Ucrânia, ressaltou.
O relatório do think tank RAND Corporation intitulado "Sobrecarregando e desiquilibrando a Rússia: avaliação dos impactos das opções de imposição de custos" observa que era desejável o fornecimento de ajuda letal a Ucrânia, mas precisaria ser "cuidadosamente calibrado" para não provocar conflito com a Rússia além da Ucrânia, disse Kwiatkowski.
"O estudo da RAND avaliou o custo e o risco de uma variedade de ações dos EUA e da OTAN, todas orientadas para desestabilizar a Rússia", conclui ela.
Nesta quinta-feira (3), o presidente russo Vladimir Putin afirmou em conversa telefônica com o presidente francês Emmanuel Macron que a Rússia pretende concluir sua operação contra os nacionalistas para proteger Donbass, informou o Kremlin.