"O conflito é um grande golpe para a economia global que prejudicará o crescimento e aumentará os preços", diz o artigo, escrito por Alfred Kammer, Jihad Azour, Abebe Aemro Selassie, Ian Goldfajn e Changyong Rhee. "Além do sofrimento e da crise humanitária da invasão da Ucrânia pela Rússia, toda a economia global sentirá os efeitos do crescimento mais lento e da inflação mais rápida", acrescenta o documento.
"Primeiro, os preços mais altos de commodities como alimentos e energia vão aumentar ainda mais a inflação, por sua vez corroendo o valor da renda e pesando sobre a demanda", diz o texto.
Inflação no Brasil e nos EUA
"Os altos preços das commodities provavelmente vão acelerar a inflação de forma significativa na América Latina e no Caribe, que já enfrentam uma taxa média anual de 8% em cinco das maiores economias: Brasil, México, Chile, Colômbia e Peru. Os bancos centrais podem ter que defender ainda mais a credibilidade no combate à inflação", prevê.
"Os EUA têm poucas ligações com a Ucrânia e a Rússia, o que dilui os efeitos, mas a inflação, que já estava no maior patamar em quatro décadas antes da guerra, impulsionou o preço das commodities. Isso significa que os preços podem continuar subindo enquanto o Federal Reserve [o banco central do país] começa a aumentar os juros."