Panorama internacional

FMI: crise na Ucrânia afetará toda a economia global, incluindo Brasil e EUA

Nesta terça-feira (15), o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que toda a economia global enfrentará as consequências da crise na Ucrânia, incluindo crescimento mais lento e inflação mais rápida.
Sputnik
As previsões da instituição foram publicadas em um comunicado em seu próprio site e apontam uma provável alta generalizada de preços.

"O conflito é um grande golpe para a economia global que prejudicará o crescimento e aumentará os preços", diz o artigo, escrito por Alfred Kammer, Jihad Azour, Abebe Aemro Selassie, Ian Goldfajn e Changyong Rhee. "Além do sofrimento e da crise humanitária da invasão da Ucrânia pela Rússia, toda a economia global sentirá os efeitos do crescimento mais lento e da inflação mais rápida", acrescenta o documento.

Os autores explicaram que os impactos financeiros fluirão por três canais principais, incluindo o aumento da inflação.

"Primeiro, os preços mais altos de commodities como alimentos e energia vão aumentar ainda mais a inflação, por sua vez corroendo o valor da renda e pesando sobre a demanda", diz o texto.

O artigo também sugere como o atual quadro vai gerar problemas de comércio entre economias vizinhas e reduzir a confiança de investidores e empresas, com reflexo direto no aumento de preços, no rebaixamento de condições fiscais e na fuga de capitais de mercados emergentes.
Bandeiras chinesas tremulam perto de contentores do Porto de Águas Profundas de Yangshan, em Xangai, China, 13 de janeiro de 2022.

Inflação no Brasil e nos EUA

O alerta do FMI aponta ainda consequências graves para as economias emergentes na América Latina e no Caribe. Segundo o documento, o aumento dos preços de alimentos e energia serão o principal motivo de turbulência. No Brasil, a crescente alta dos combustíveis já é notada nos postos.

"Os altos preços das commodities provavelmente vão acelerar a inflação de forma significativa na América Latina e no Caribe, que já enfrentam uma taxa média anual de 8% em cinco das maiores economias: Brasil, México, Chile, Colômbia e Peru. Os bancos centrais podem ter que defender ainda mais a credibilidade no combate à inflação", prevê.

Preços da gasolina em destaque num posto de combustível no noroeste de Washington, EUA.
A instituição também se dirige aos EUA, que experimentam em igual medida um aumento no preço dos combustíveis. Segundo o Fundo Monetário Internacional, mesmo tendo poucas ligações diretas com as economias de Rússia e Ucrânia, a inflação norte-americana será afetada.

"Os EUA têm poucas ligações com a Ucrânia e a Rússia, o que dilui os efeitos, mas a inflação, que já estava no maior patamar em quatro décadas antes da guerra, impulsionou o preço das commodities. Isso significa que os preços podem continuar subindo enquanto o Federal Reserve [o banco central do país] começa a aumentar os juros."

Comentar