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Brasil segue países do BRICS e se abstém em resolução contra Rússia na UNESCO

Diante das diversas declarações contra Moscou na ONU e em seus derivados órgãos como a UNESCO, Brasília considera que o melhor é se abster para diminuir as tensões visando desencurralar Rússia para não aprofundar a crise.
Sputnik
Adotando um posicionamento diferente dos anteriores no âmbito das recentes votações da ONU sobre a operação militar russa na Ucrânia, o Brasil se absteve em uma resolução contra Rússia analisada pela UNESCO, órgão das Nações Unidas, na quarta-feira (16) segundo o UOL.
No Conselho de Segurança, na Assembleia Geral e no Conselho de Direitos Humanos da organização, o Itamaraty apoiou os projetos apresentados que condenam a operação, mas na votação de ontem (16), a qual denuncia o fato de que "vários edifícios educacionais já foram destruídos ou danificados [na Ucrânia], como o edifício da Universidade Nacional Karazin em Carcóvia", Brasília se absteve.
A resolução foi aprovada com 33 apoios, 24 abstenções e um voto contrário, o de Moscou. Além do Brasil, todos os países-membros do BRICS (Índia, China, Rússia, África do Sul) também rejeitaram votar a favor ou contra a declaração.
Embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, discursa no Conselho de Segurança das Nações Unidas durante reunião sobre não proliferação de armas de destruição em massa na sede das Nações Unidas em Nova York, EUA, 14 de março de 2022
Fontes em Brasília explicaram que a opção por uma abstenção tem como meta criar condições para uma desescalada das tensões, e não encurralar Moscou. A percepção agora seria de que a estratégia de norte-americanos e europeus de promover um cerco diplomático contra a Rússia em todos os organismos internacionais é perigoso e poderá aprofundar a crise, relata a mídia.
Na terça-feira (15), o governo brasileiro rejeitou participar de um projeto na Organização Mundial do Comércio (OMC) que amplia a pressão econômica sobre a Rússia, conforme noticiado.
O intuito do projeto é rebaixar o status comercial russo, dificultando suas transações no mercado. O Ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, criticou a iniciativa na segunda-feira (14) dizendo que a mesma foi "unilateral" e que pecou por não ter sido debatida em um "sistema multilateral de comércio".
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