Panorama internacional

Turquia: Rússia deve ser ouvida após conflito na Ucrânia para criar 'nova arquitetura de segurança'

Um assessor de Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, instou a promover um engajamento diplomático por diferentes lados em torno da operação militar especial da Rússia na Ucrânia.
Sputnik
Os países ocidentais deviam ter em conta os interesses da Rússia na hora de desenhar "uma nova arquitetura de segurança", de acordo com Ibrahim Kalin, assessor e porta-voz de Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, que deu uma entrevista ao jornal The New York Times.
"Embora rejeitemos totalmente a guerra russa na Ucrânia, o lado russo deve ser ouvido, porque depois desta guerra terá de haver uma nova arquitetura de segurança estabelecida entre a Rússia e o bloco ocidental", previu Kalin em artigo publicado no sábado (19).
Segundo ele, uma repetição da Guerra Fria seria "má para todos e cara para todo o sistema político e financeiro internacional".
"Cada decisão que tomarmos, cada passo que dermos agora relativamente à Rússia militarmente, politicamente, economicamente, ou de outra forma, terá um impacto nessa nova arquitetura de segurança", apontou o porta-voz do presidente turco.
O objetivo final é "estabelecer paz e segurança para todos", sendo essa a razão pela qual Istambul mantém "linhas de comunicação abertas com a Rússia" e tenta encontrar um compromisso entre Moscou e Kiev.
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Para isso, Kalin expressou a disposição da Turquia para organizar uma reunião entre Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Vladimir Zelensky, seu homólogo da Ucrânia, crendo que só dessa forma será possível atingir um acordo de paz, e paz permanente.
Apesar disso, o representante da Turquia admite que isso pode não ocorrer imediatamente.
"[...] Putin provavelmente pensa que quer estar em uma posição de força quando fizer isso, e não parecer fraco, enfraquecido por perdas militares ou por sanções econômicas", teorizou Ibrahim Kalin.
Em 24 de fevereiro de 2022 Putin, anunciou o início de uma operação especial militar para "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia.
Durante a operação, as Forças Armadas da Rússia eliminam instalações da infraestrutura militar ucraniana, sem realizar ataques contra alvos civis em cidades. Os militares russos também organizam corredores humanitários para população civil que foge da violência dos neonazistas e nacionalistas.
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