"A intenção ali é trazer uma chapa para fortalecer um histórico que Bolsonaro defende piamente, e sempre defendeu e jamais escondeu. Há todo um movimento diretamente colocado para se ter uma estrutura na qual se componha o retorno do Brasil em que a posição do presidente Bolsonaro é muito clara: de que o Brasil era mais feliz na Ditadura Militar, que ali havia um país mais organizado, mais ordeiro e com mais crescimento econômico. E não o contrário, inclusive o presidente Lula contrapõe essa questão", pondera ele.
"Mesmo ele tendo essas características psicológicas, isso traz muito o perfil que Bolsonaro deseja ao processo [eleitoral]. Mesmo ele sendo de pavio curto, isso agrega valor à campanha de Bolsonaro porque Bolsonaro também se mostra com esse perfil. Fazer uma chapa 'raiz' com duas personalidades em que há respostas imediatas, pouco politizadas ou pouco políticas, se comparadas à tradição nacional, à tradição do diálogo como o principal. Isso traz um perfil mais parecido com o que Bolsonaro deseja e com o que ele fez em 2018”, observa.
"Não que ele seja mais moderado do que Braga Netto, acho até que eles se aproximam bastante nesse sentido. Mourão é bastante conservador, só que quando ele se comunica com a sociedade, demonstra maiores elementos apaziguadores no seu discurso. O Braga Netto tende a ser mais direto na sua comunicação. A meu ver, ambos se aproximam muito dentro da escola conservadora, ou seja, são pessoas conservadoras na estrutura militar que defendem uma militarização da política. Ou seja, uma forma de apresentar o Brasil militarmente. Como foi feito por meio do Golpe de 64. Há uma diferença comunicativa, mas, do ponto de vista operacional e político, os vejo bastante parecidos", concluiu Carvalhido.