"A decisão de não impor as sanções converge muito com a própria tradição brasileira do ponto de vista diplomático, do ponto de vista de atuação no plano internacional. O Brasil se abstém das sanções econômicas por entender que elas pouco ajudam na busca por uma solução e por uma paz negociada", analisou ele.
"O Brasil entende que o melhor caminho é dialogar com aquele Estado e não isolá-lo por meio de sanções que tendem a penalizar ainda mais a própria sociedade", opina Velasco.
"O indicativo político dos países do BRICS é que eles não se submetem, ou não convergem, ou não concordam com a dinâmica imposta pelos países ditos ocidentais", avalia.
"Parece natural que os países do BRICS decidam não se submeter ao Ocidente, à OTAN, ou a quem quer que seja. É natural que queiram seguir um caminho próprio que sirva aos interesses próprios de cada um."
"O Brasil não deixou de demonstrar sua discordância em vários pontos, apontando para uma falta de equilíbrio por parte das resoluções, mas mantendo uma postura de distanciamento do próprio conflito sem, claramente, tomar partido de nenhum dos dois lados. O Brasil até se permite condenar agressões, mas entende que deve existir um balanceamento nessa contribuição", concluiu o pesquisador.