"Não posso deixar de estranhar o fato da seletividade das sanções. Há comentários de embaixadores europeus, até mesmo aqui no Brasil, de que se o Brasil aderir logo às sanções, nós vamos ter o fim mais rápido do conflito. Mas a própria Alemanha sofre com a possibilidade de ter uma falta de energia e do combustível russo para suas indústrias, para o aquecimento de sua população e para a geração de energia. Penso que se até esses países têm dificuldade, que dirá um país como o Brasil, que depende dos fertilizantes para manter girando o motor muito pujante do agronegócio?", questionou o ministro.
"[Os fertilizantes] São indispensáveis para a agricultura e para a segurança alimentar do mundo", declarou.
"As sanções tendem a atender os interesses de um grupo pequeno de países, prejudicando a larga maioria, que depende de insumos básicos", avaliou.
"O concerto de nações parece ter falhado nas Nações Unidas ao não resolver a crise da Ucrânia quando ela poderia ter sido resolvida — e eu me refiro a 2015, com a celebração dos acordos de Minsk. As Nações Unidas emitiram duas resoluções, e deveríamos ter insistido com as partes, tanto Rússia quanto Ucrânia, para que se sentassem à mesa e fizessem um plano concreto de implementação desses acordos. No entanto, no concerto de nações, parece que se entendeu que a celebração do acordo era suficiente. [...] Deveríamos ter insistido no diálogo. O Conselho de Segurança da ONU não pode abdicar de seu papel de manutenção da paz e da segurança mundial", concluiu.