A Rússia continua exportando grãos para seus principais compradores, apesar das sanções ocidentais e do aumento dos custos de envio, informa a Bloomberg, citando o diretor-geral do Instituto de Estudos de Mercado Agrícola do país, Dmitry Rylko.
De acordo com o diretor-geral, não há uma queda grave nas exportações do país, enquanto os principais compradores de cereais russos continuam a ser o Egito, a Turquia e o Irã.
"Um fator vai compensar o outro. Por um lado, a proibição de exportações para os países da União Econômica Eurasiática [EEU, na sigla em inglês] está em vigor, por outro, um aumento nas exportações dos portos do mar Negro e do mar de Azov é esperado", explicou o especialista ao portal Agroinvestor.
De acordo com dados da Logistics OS, quase 900.000 toneladas de trigo foram carregadas nos portos russos até agora, em abril, em linha com o ritmo de março. Os dados de safra da AgFlow também mostraram que as exportações russas de commodities agrícolas importantes, incluindo trigo, caíram apenas 1 milhão de toneladas nos primeiros 13 dias de abril, o que significa que os embarques para o exterior ficaram próximos do nível do mesmo período de março.
Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos EUA também elevou suas estimativas para as exportações russas de trigo na atual temporada para 33 milhões de toneladas, o que é apenas 2 milhões de toneladas a menos do que o previsto antes da crise na Ucrânia.
Sob cotas russas, as exportações de fevereiro a junho estão limitadas a 8 milhões de toneladas. Os embarques devem desacelerar em abril e nos próximos meses, que segundo Rylko, se devem ao rublo mais forte e às altas taxas de exportação.
Os impostos de exportação estão atualmente em um recorde de US$ 101,40 (cerca de R$ 476,79) por tonelada, o que significa uma entrada para Moscou de cerca de US$ 3 milhões (aproximadamente R$ 14,1 milhões) para cada embarque de 30.000 toneladas de trigo.
Os custos de envio da região do mar Negro também aumentaram, tendo subido de 50% a 80% em relação ao ano passado devido a riscos de guerra, segundo o UkrAgroConsult.
O Egito reservou uma carga da Rússia no último leilão de trigo na quarta-feira (13), enquanto a França ficou com a maior parte das compras, disse a Bloomberg.