A Finlândia quer uma cerca mais forte em sua fronteira com a Rússia, disse o coronel Marko Turunen, comandante da Guarda de Fronteira da Carélia do Norte, à mídia local no último sábado (30). A notícia vem em meio ao impasse entre Moscou e o Ocidente sobre a operação militar especial da Rússia na Ucrânia.
Turunen explicou à MTV3 que as autoridades estão analisando o estado da cerca na fronteira, mas a escolha final para reforçá-la ainda não foi feita e nenhum trabalho foi feito até agora.
"Se tal decisão for tomada, procederemos de forma controlada e planejada", destacou.
A Rússia e a Finlândia compartilham uma fronteira terrestre de 1.343 km. Segundo a MTV3, o lado finlandês está protegido apenas "por uma cerca de arame farpado fina e enferrujada".
Turunen disse que uma barreira mais forte está planejada para áreas críticas e de alto risco, incluindo passagens de fronteira e áreas próximas. Ele se recusou a revelar os detalhes sobre o comprimento estimado do reforço planejado e sua construção.
A ministra do Interior, Krista Mikkonen, disse à MTV3 que "a capacidade da Finlândia de manter a segurança nas fronteiras precisa ser fortalecida e sua preparação para crises deve ser melhorada".
Riikka Purra, parlamentar e chefe de um partido de direita finlandês, apoiou a ideia. "Construções são, é claro, sempre caras, mas nada é tão valioso quanto a nossa segurança", disse ela ao canal.
A operação da Rússia na Ucrânia iniciada no final de fevereiro gerou discussões sobre se a Finlândia e a Suécia deveriam reconsiderar sua política de longa data de não alinhamento militar e ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Em um relatório apresentado ao parlamento no mês passado, o governo finlandês argumentou que a adesão ao bloco liderado pelos EUA "aumentaria a estabilidade da região no longo prazo", mas também poderia resultar em um "aumento das tensões" ao longo da fronteira com a Rússia.
O Kremlin disse repetidamente que vê a expansão da organização para o leste como uma ameaça à segurança nacional. O ex-presidente russo Dmitry Medvedev, que agora é vice-presidente do Conselho de Segurança do país, alertou que Moscou vai enviar tropas adicionais para seu flanco ocidental se a Finlândia ou a Suécia se juntarem à OTAN.
A Rússia lançou sua operação especial militar na Ucrânia em atendimento ao pedido de ajuda das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL), após o fracasso de Kiev em implementar os termos dos acordos de Minsk, assinados pela primeira vez em 2014.
Desde então, para estabelecer um acordo de paz, o Kremlin pede que a Ucrânia se declare oficialmente um país neutro que nunca ingressará na OTAN.