Nesta sexta-feira (13), o presidente turco declarou que não é possível para a Turquia, membro da OTAN, apoiar os planos da Suécia e da Finlândia de aderir ao pacto. Segundo ele, os países nórdicos são "lar de muitas organizações terroristas".
A oposição turca pode representar um problema para a Suécia e a Finlândia, pois os países candidatos a membros da aliança militar precisam de um acordo unânime entre seus membros.
A Turquia criticou repetidamente a Suécia e outros países da Europa Ocidental por abrigarem organizações consideradas terroristas por Ancara, incluindo os grupos militantes curdos PKK e YPG, e seguidores do clérigo islâmico Fethullah Gulen, que vive nos EUA.
Segundo a Reuters, Ancara diz que os gulenistas realizaram uma tentativa de golpe na Turquia em 2016.
"Estamos acompanhando os desenvolvimentos em relação à Suécia e Finlândia, mas não temos visões positivas", disse Erdogan a repórteres em Istambul, acrescentando que foi um erro da OTAN aceitar a Grécia como membro no passado.
"Não queremos repetir erros. Além disso, os países escandinavos são alojamentos para organizações terroristas", disse Erdogan.
Na quinta-feira (12), Moscou classificou o anúncio de Finlândia e Suécia de "hostil" e disse que o ingresso dos países nórdicos na aliança militar poderia desencadear uma retaliação.
"O lado russo sublinhou por diversas vezes que a escolha dos caminhos para garantir a sua segurança nacional está nas mãos das autoridades e do povo da Finlândia. Porém Helsinque deve ter consciência da responsabilidade e das consequências de tal passo. A adesão finlandesa à OTAN causará danos graves às relações bilaterais russo-finlandesas, à manutenção da estabilidade e segurança na região norte da Europa", diz um comunicado da chancelaria russa.
A OTAN, ao insistir no ingresso da Finlândia na aliança, quer continuar a expansão do bloco até as fronteiras russas e criar novo flanco de ameaça militar a Moscou, ressaltou a pasta.
A entrada da nação escandinava no bloco violará ainda compromissos internacionais assumidos pela Finlândia, declarou o ministério russo, em particular o Tratado de Paris de 1947, que prevê que uma parte não deve fechar alianças nem participar de coalizões orientadas contra a outra.
Além disso, a entidade russa mencionou um Tratado de 1992 entre Moscou e Helsinque sobre os fundamentos das relações. "Aliás, dada a atual atitude indiferente do Ocidente em relação ao direito internacional, tal comportamento virou norma", concluiu a chancelaria russa.