Com a recente ratificação do Acordo de Cooperação em Defesa Mútua (MDCA, na sigla em inglês) entre a Grécia e os EUA pelo parlamento grego, Washington ganhou acesso a três bases militares na Grécia, para além da que já opera.
O governo de Atenas disse que o acordo deve ser enxergado como um indicador da elevada importância que a Grécia tem para os EUA. Entretanto, especialista adverte que a presença crescente dos Estados Unidos na Grécia poderia levar a cenários indesejáveis na região do mar Egeu.
Em entrevista à agência turca Anadolu, Ali Bakeer, professor assistente de Relações Internacionais na Universidade do Catar, disse que usar a Grécia para prejudicar a Turquia é uma "estratégia antiga e típica" de algumas potências ocidentais.
"Implantar mais tropas dos EUA na Grécia vai dividir as potências da OTAN e só vai encorajar Atenas a tomar políticas arriscadas e desempenhar mais vezes um papel destruidor", observou Bakeer.
Isto seria altamente perigoso para a estabilidade e segurança regionais, já que Atenas poderia ultrapassar os limites, acrescentou. Além disso, Bakeer afirma que, se as coisas se intensificarem entre Atenas e Ancara, os EUA não viriam resgatar a Grécia como alguns podem erroneamente acreditar.
Abordando a importância da Turquia na arquitetura da segurança transatlântica, ele sublinhou que o país, que tem as segundas maiores forças armadas da OTAN depois dos EUA, recentemente provou seu valor e capacidade na Síria e Líbia.
Por fim, ele afirmou que a Turquia deve estar ciente de que mais implantações dos EUA na Grécia podem tornar Atenas “mais imprudente”.