As informações foram veiculadas pelo site Politico neste domingo (5), citando fontes familiarizadas com o assunto.
Uma autoridade dos EUA disse que os pedidos de Moscou pelo afrouxamento das sanções em meio à iminente crise global de alimentos constituem uma "diplomacia de extorsão".
Segundo o funcionário, Washington não vai concordar com um acordo relacionado à exportação de grãos que envolva a supressão das sanções impostas à Rússia.
Outro funcionário da ONU disse ao Politico no domingo (5) que as propostas de Moscou estão "complicando" as negociações "frágeis" que as Nações Unidas estão mantendo com a Rússia.
Autoridades dos EUA estariam, agora, acompanhando de perto as negociações, bem como as conversas separadas da Rússia com a Turquia sobre a passagem segura dos grãos ucranianos, disse o site.
A Ucrânia e a Rússia respondem por quase um terço da produção mundial de trigo e cevada, alé, de metade do óleo de girassol.
O Ocidente acusou a Rússia de interromper as exportações de grãos da Ucrânia. A Rússia rejeitou repetidamente essa alegação, enfatizando que os portos marítimos serão reabertos assim que as minas navais ucranianas forem liberadas.
Na sexta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que não havia obstáculos à exportação de grãos da Ucrânia. Os navios que transportam trigo poderão deixar o mar Negro sem problemas, desde que Kiev limpe os portos ucranianos de minas.
Na semana passada, Putin disse ao primeiro-ministro italiano Mario Draghi em um telefonema que a Rússia estava pronta para contribuir significativamente para superar a crise alimentar global por meio da exportação de grãos e fertilizantes, desde que o Ocidente remova as restrições politicamente motivadas.
O líder russo salientou ainda que a situação no setor alimentar se agravou devido às sanções impostas à Rússia pelos Estados Unidos e pela União Europeia pela operação militar especial na Ucrânia.