Cavusoglu prometeu que, em breve, divulgará um cronograma para as embaixadas. Segundo ele, as nações já discutiram uma cooperação econômica mais profunda.
O ministro fez o anúncio após uma reunião, em território turco, com seu colega israelense, o ministro das Relações Exteriores Yair Lapid. Durante sua visita — a primeira em 16 anos de relações tensas entre os países —, Lapid revelou que os serviços de inteligência turcos combateram ataques terroristas contra cidadãos israelenses em Istambul, que, segundo ele, teriam sido promovidos pelo Irã.
"As vidas dos cidadãos israelenses foram salvas graças à segurança e cooperação diplomática entre Israel e Turquia", disse Lapid.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, fala durante uma coletiva de imprensa, em Jerusalém, em 24 de abril de 2022. Foto de arquivo
© AFP 2023 / Debbie Hill
Recentemente, o Ministério das Relações Exteriores israelense pediu a cidadãos que deixassem a Turquia devido a supostas ameaças de ataques organizados pelo Irã. Teerã não respondeu às informações de que os serviços de segurança turcos prenderam iranianos que teriam planejado ataques a turistas e funcionários israelenses.
Embora a Turquia tenha sido um dos primeiros países de maioria muçulmana a estabelecer laços diplomáticos com Israel, em 1949, suas relações bilaterais se deterioraram nas últimas décadas.
Ancara condena as políticas israelenses em relação aos palestinos e sua tomada da Cisjordânia. Tel Aviv, por sua vez, critica a Turquia por seu apoio contínuo ao grupo Hamas, em conflito com Israel.
As relações azedaram de vez após o ataque israelense, em 2010, ao navio Mavi Marmara, que navegava sob bandeira turca. A ação, em águas internacionais, deixou nove mortos, incluindo oito cidadãos turcos.
A operação ocorreu como parte dos esforços de Tel Aviv para bloquear a frota chamada de "Flotilha da Liberdade", que transportava 750 pessoas, entre pacifistas ocidentais e de países muçulmanos, ativistas políticos e religiosos e dez mil toneladas de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
Após o ataque, Ancara exigiu um pedido de desculpas, recusado por Tel Aviv. De acordo com decisão da ONU, o bloqueio à frota realizado por Israel violou o direito internacional, levando a Turquia a rebaixar os laços diplomáticos com Israel, em setembro de 2011.