O G7 (grupo formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) vai se comprometer a fornecer apoio à Ucrânia em todas as formas possíveis "pelo tempo que for necessário", de acordo com um esboço de comunicado da cúpula divulgado pela Bloomberg.
A reunião de três dias dos líderes do G7 começou neste domingo (26), na Baviera, na Alemanha, e teve como debate central da agenda o conflito ucraniano.
"Continuaremos a fornecer apoio financeiro, humanitário, militar e diplomático e permaneceremos com a Ucrânia pelo tempo que for necessário", diz o rascunho do comunicado dos líderes.
A Rússia alertou os EUA, a União Europeia (UE) e seus aliados contra o fornecimento de armas à Ucrânia, dizendo que isso apenas prolongaria o conflito. No entanto, os líderes ocidentais ignoraram esses avisos. Neste domingo, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e o presidente francês, Emmanuel Macron, concordaram em continuar apoiando militarmente Kiev para "garantir [o sucesso] tanto guerra quanto em quaisquer negociações futuras".
Os líderes do G7 parecem ter concordado em manter a pressão econômica sobre a Rússia enquanto sua operação militar especial na Ucrânia continuar. O governo britânico anunciou anteriormente que durante a cúpula os EUA, Reino Unido, Canadá e Japão proibiriam a importação de ouro russo. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou mais tarde que o embargo privaria Moscou de cerca de US$ 19 bilhões (aproximadamente R$ 99,6 bilhões) em receita anual.
De acordo com a Reuters, o G7 também está mantendo conversas "muito construtivas" sobre um potencial limite no preço das importações de petróleo russo.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, admitiu ainda neste domingo que o mundo ocidental está enfrentando muitos desafios, com taxas de crescimento em queda, inflação em alta, escassez de matérias-primas e interrupção das cadeias de suprimentos. No entanto, ele expressou confiança de que o G7 "conseguirá enviar um sinal muito claro de unidade e ação decisiva desta cúpula".
Suas observações foram ecoadas pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que afirmou que, embora o presidente russo, Vladimir Putin, esperasse "que de alguma forma a OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e o G7 se fragmentassem", eles não o fizeram e não o farão.
Na última sexta-feira (24), Putin se dirigiu ao G7 alegando que a atual turbulência econômica em todo o mundo, pouco tem a ver com o conflito na Ucrânia, mas é sim o resultado de "muitos anos de políticas macroeconômicas irresponsáveis" adotadas pelos países do G7.