"O Conselho de Segurança está muito travado em tomar decisões mais assertivas nesse sentido. O que a gente tem visto ali é as negociações irem para o âmbito da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], para os países que estão fazendo frente à Rússia no âmbito da aliança da OTAN."
"No passado, o Brasil estava mais ativo nessa reivindicação de mudar a estrutura das organizações internacionais, tornando-a mais contemporânea e mais reflexo das relações de poder atuais. Porque hoje o que temos no âmbito das organizações internacionais, principalmente no Conselho de Segurança, é uma configuração de poder que reflete o pós-Segunda Guerra Mundial. Não acredito que o Brasil vá abandonar essa pauta, no entanto ela perdeu força durante o governo Bolsonaro, por vários motivos. Primeiro porque o governo Bolsonaro não é adepto, não defende as organizações multilaterais. Ele tem um discurso bastante crítico em relação à própria ONU, tem preferido relações bilaterais a relações multilaterais. Tem um discurso bastante crítico, também, em relação à questão da governança global, que é denominada de 'globalismo'. Por isso, essa pauta nunca foi muito à frente no seu governo", explica Roder.