Os militares do Japão e dos EUA estudaram a colocação de mísseis balísticos de alcance intermediário nas ilhas japonesas do sudoeste para conseguir a "dissuasão integrada" contra a China, escreveu na sexta-feira (8) o jornal Global Times.
De acordo com a mídia, o plano, que incluiria a implantação de mísseis terrestres de alcance intermediário da Força-Tarefa Multidomínio (MDTF, na sigla em inglês) dos EUA para reforçar a construção da "primeira cadeia de ilhas", tem sido discutido desde 2021.
A instalação desses mísseis não requer uma infraestrutura extensa no local, ao contrário do sistema antimíssil THAAD que os EUA instalaram na Coreia do Sul. Em vez disso, a MDTF pode fabricar os mísseis em outros lugares e colocá-los rapidamente em bases militares americanas e japonesas.
Os locais de construção foram visitados pelo almirante John Aquilino, chefe do Comando do Indo-Pacífico dos EUA, e Koji Yamazaki, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças de Autodefesa do Japão.
Segundo Pequim, os planos de destacamento dos mísseis são prejudiciais à paz e estabilidade da região da Ásia-Pacífico e Tóquio enfrentará as consequências.
Song Zhongping, analista militar chinês, disse que a colocação dos mísseis no Japão comprometeria gravemente a segurança nacional da China, permitiria aos EUA expandir sua influência na região, desencadearia uma corrida armamentista que não avançaria a paz e a estabilidade regional e resfriaria as relações entre a China e o Japão.
No início de maio, Masahisa Sato, chefe da política externa do Partido Liberal Democrata (PLD) do Japão, declarou que o país deveria estacionar mísseis de alcance intermediário na prefeitura setentrional de Hokkaido, a fim de impedir possíveis ataques de mísseis da China, Coreia do Norte e Rússia.
O governo de Fumio Kishida, primeiro-ministro japonês, ainda não tomou uma decisão pública final sobre a questão. As Forças de Autodefesa do Japão relataram ter aumentado significativamente as medidas preparatórias para o posicionamento de mísseis de alcance intermediários americanos.
Em uma declaração conjunta feita após uma reunião em janeiro de 2022, o Japão e os EUA afirmaram que as forças militares americanas e japonesas aumentariam continuamente sua presença nas instalações militares das ilhas do sudoeste do Japão.