"Os Estados Unidos estão sinceramente convencidos do seu verdadeiro direito de decidir por outros Estados, com quem fazer amizades, a quem obedecer, com quem fazer comércio, a quem pagar o tributo e perante quem se ajoelhar. [Os Estados Unidos] dividem políticos estrangeiros em 'limpos' (ou seja, controlados por eles mesmos, obedientes e úteis) e 'sujos', contra os quais desencadeiam guerras, que podem ser declaradas ou híbridas, mas sempre bem financiadas. Além disso, em certos casos tomam de forma cínica decisões sobre a sua eliminação física", escreveu Medvedev no seu canal no Telegram.
"O livro de George Orwell 'A Revolução dos Bichos' é a obra de todos os tempos. Pois, neste mesmo momento, muitas autoridades americanas entendem-no literalmente, como guia para ação. Ou como instrução de como tirar partido da sua própria espécie. Nas suas cédulas bancárias, os norte-americanos escrevem as pretenciosas palavras 'Cremos em Deus' (In God we Trust, em inglês). Na realidade, pelo contrário, o slogan mais próximo aos norte-americanos são as palavras conhecidas de um porco gordo, da obra 'A Revolução dos Bichos', com o nome de Napoleão: 'Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros'. Pode-se dizer que se trata da essência da percepção norte-americana da democracia", escreveu.
"Por quê? É que são eles, os Estados Unidos, a tocha da democracia. São eles os melhores, os excepcionais. Isso é dito, com uma admiração quase nazista, por grande parte da elite norte-americana, junto com os seus criados britânicos. E não só se trata deles. Há bastantes capangas deles. Mesmo no nosso país. Lembro-me da minha conversa com um oligarca petrolífero russo que, depois de ter cumprido pena de prisão, se transformou no principal opositor. Por volta do ano de 2002 ele disse-me que no nosso país tudo está organizado de forma errada. Eu perguntei-lhe: 'Mas como se deve fazer?' E recebi uma resposta magnífica: 'Simplesmente tal como na América. É preciso copiar eles e não mudar nada. É impossível arranjar algo melhor'. Palavra por palavra", afirmou o atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev.