O jornalista aponta que a Alemanha tem enfrentado uma crise aguda devido à falta de recursos energéticos, produtos dos quais Berlim é dependente da Rússia.
"No leste, centro e norte da Europa, enquanto isso, a Alemanha sob Scholz é mais desprezada e desconfiada do que em qualquer momento desde 1945", escreveu Daniel Johnson.
"Um jogo de culpa amargo irrompeu sobre a decisão desastrosa de sair da energia nuclear há uma década, deixando a Alemanha totalmente dependente da Rússia. A reputação da outrora idolatrada Angela Merkel está em farrapos, mas o seu sucessor, Olaf Scholz, é responsabilizado por dois terços dos eleitores pelo fracasso em garantir segurança energética."
Na opinião do analista, o atual chanceler alemão, além dos erros na área energética, não tem mostrado suficiente firmeza na política externa. Assim, acredita Johnson, Olaf Scholz está tentando agradar tanto a OTAN como a Rússia, "mas não ganhou o respeito de nenhuma" das duas. Além disso, ele abandonou a Ucrânia e quase não presta qualquer ajuda.
Na sequência, a confiança em Berlim diminuiu e os problemas econômicos e energéticos da Alemanha estão fazendo com que mais alemães se oponham às ações punitivas contra a Rússia, enquanto o apoio público a Kiev tem diminuído em solo alemão.
"Ou está chegando um grande colapso a Berlim, com a possibilidade real de a 'coalizão semáforo' implodir, ou ela vai ceder a Putin. Na semana passada, Scholz e seus colegas estavam saudando a queda de Boris Johnson. Mas o chanceler alemão enfrenta um cenário de pesadelo próprio; seu schadenfreude [alegria maldosa] pode comprovar ser curta", avisa o jornalista.