Diante de mais de dois mil empresários, em um evento na cidade de Cartagena, na Colômbia, o funcionário do governo de Joe Biden, presidente dos EUA, falou sobre as mudanças da política externa norte-americana para a América Latina.
"Há 40 anos, os Estados Unidos teriam feito todo o possível para evitar a eleição de Gustavo Petro [novo presidente da Colômbia]. E, uma vez eleito, teriam feito todo o possível para sabotar seu projeto", disse Gonzalez.
Natural de Cartagena, Juan Gonzalez relatou que entende quando os países da região classificam a política externa dos Estados Unidos de a "manifestação de um império".
O funcionário do governo americano afirmou que, por outro lado, hoje essa relação é diferente. "Assim como a política precisa evoluir, a colaboração também."
"Não importa qual é a ideologia de um governo ou onde ele está no espectro político. Se for eleito e governar democraticamente, vamos avançar nos pontos de interesse comum. Também comunicaremos nossas preocupações a ele", afirmou.
Gonzalez assegurou que a América Latina é "uma reserva estratégica para os Estados Unidos". Embora tenha enfatizado que os EUA cooperarão com os países independentemente de ideologias, ele não mencionou a Venezuela em seu discurso.
Os EUA, vale lembrar, apoiam e continuam a reconhecer o "governo interino" de Juan Guaidó, apesar de Nicolás Maduro ter sido eleito democraticamente, em um pleito reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e outros países, como China e Rússia.
Nos últimos meses, o governo do presidente Joe Biden manteve uma relação dúbia com o governo venezuelano. Ao passo que apoia Guaidó, a Casa Branca e o Palácio de Miraflores estiveram reunidos para negociar diferentes tópicos em política, economia e energia.
Os acordos entre Biden e Maduro inclusive resultaram concretamente na liberação de dois americanos.
Semanas depois, foi a vez dos EUA relaxarem as sanções contra a indústria petrolífera venezuelana, permitindo que empresas americanas e europeias retomassem suas operações no país sul-americano.
A medida foi vital para Washington e a Europa, diante do conflito na Ucrânia e das restrições impostas ao petróleo e ao gás russos.
Para além disso, os EUA decidiram excluir os governos de Venezuela, Cuba e Nicarágua da IX Cúpula das Américas, argumentando que esses países não cumpriam "os padrões democráticos" de Washington.