O ministro japonês da Economia, Comércio e Indústria, Yasutoshi Nishimura, visitou no sábado (13) o santuário Yasukuni – famoso por consagrar os infames criminosos de guerra Classe A do Japão, que simbolizam as atrocidades de guerra e o militarismo do país durante a Segunda Guerra Mundial – depois de ter sido nomeado membro do novo gabinete de Kishida na quarta-feira (10).
"Resolvi fazer o meu melhor pela paz e desenvolvimento do Japão, enquanto pensava no falecido primeiro-ministro Shinzo Abe", disse Nishimura à Kyodo News ainda no sábado.
Nishimura, um importante confidente do primeiro-ministro morto a tiros no mês passado, foi duramente criticado pela China por visitar o santuário. Segundo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Wang Wenbin, neste domingo (14), Pequim instou o Japão a refletir profundamente sobre sua história de agressão para lidar com seus vizinhos com senso de responsabilidade frente à comunidade internacional em geral por meio de ações concretas, disse o porta-voz.
De acordo com a Reuters, a Coreia do Sul expressou no sábado "profunda decepção e pesar" pela visita de Nishimura. O santuário "glorifica a guerra de agressão passada do Japão e consagra os criminosos de guerra", disse o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul em comunicado.
Segundo o Global Times, algumas forças conservadoras japonesas ainda parecem obcecadas com a guerra de agressão passada de seu país e demonstram estar dispostas a prejudicar a paz e a estabilidade duramente conquistadas no leste da Ásia e no mundo.
No ano do 50º aniversário do estabelecimento das relações China-Japão, as tensões entre Pequim e Tóquio ainda estão fortes. O Japão está cooperando com os EUA junto a alguns países europeus para conter a China, promovendo tensão acerca da questão de Taiwan após a visita provocativa da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha. Deste modo, as visitas ao santuário Yasukuni são apenas mais um golpe nos laços bilaterais com a China.