"Essas relações provocam uma grande irritação dos aliados de Erdogan na OTAN, já que criam uma brecha significativa na barragem de sanções que Ocidente está tentando construir com todas as forças", diz a publicação.
Segundo Erlanger, o desejo do líder turco de não piorar as relações com a Rússia explica-se pela prontidão de Moscou para ter uma cooperação mutuamente vantajosa.
O jornalista lembra que a Turquia se recusou a apoiar as sanções ocidentais e está pensando em trabalhar com os bancos russos que estão sob restrições. Além disso, Ancara obtém acesso à energia barata e lucro dos negócios com empresas russas. Ao mesmo tempo, a concordância da Rússia com as ações para conter o separatismo turco na Síria, onde Moscou apoia o governo de Bashar al-Assad, é de uma importância especial para Erdogan.
Ainda assim, Erdogan está sofrendo certas dificuldades políticas nas vésperas das eleições na Turquia, previstas para o ano que vem, visto que a economia turca está entrando em colapso, enquanto o Banco Central quase não tem moeda estrangeira.
"Os desafios mútuos aproximaram os dois presidentes como nunca antes. Ao longo das últimas três semanas, eles encontraram-se duas vezes", concluiu o colunista.
Após o início da operação especial russa para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia, o Ocidente fortaleceu a pressão sancionatória contra Moscou: ativos russos no valor de centenas de bilhões de dólares foram congelados, a União Europeia já aprovou sete pacotes de medidas restritivas, incluindo o embargo ao carvão e petróleo. O Kremlin chamou tais medidas de guerra econômica nunca vista antes. Segundo salientou o presidente russo Vladimir Putin, conter e enfraquecer a Rússia é uma estratégia do Ocidente a longo prazo, enquanto as sanções ocidentais atacaram de forma séria toda a economia mundial.