A publicação descreve vários cenários de uma possível interferência norte-americana. Segundo o autor, caso a situação não seja resolvida no espaço de um ano, Washington pode pensar em enviar pequenos contingentes de tropas terrestres para ajudar a Ucrânia.
A interferência por parte dos EUA será mais provável se o Exército ucraniano começar a se desmoronar e a Rússia tiver uma vitória convincente. Neste caso, tendo em conta as intenções da administração Biden de não deixar que tal aconteça, os EUA poderiam tentar reverter a situação tomando parte nos combates de forma direta.
O cenário definitivo da interferência norte-americana implica uma escalada não deliberada: Washington, sem o desejar, é arrastado para o conflito militar através de um acontecimento inesperado, que se desenvolve em uma espiral ascendente, escreve Mearsheimer.
Anteriormente, o diplomata norte-americano Chas W. Freeman, no seu artigo para o The Grayzone, afirmou que os EUA estão conduzindo na Ucrânia uma guerra não declarada contra o Kremlin a fim de manter a sua hegemonia no mundo. Conforme Freeman, as ações do Ocidente não deixaram Moscou outra escolha senão usar a força. Nesse contexto, os EUA vão lutar contra a Rússia "até o último ucraniano".
O ex-assessor do secretário de Defesa norte-americano, Douglas Macgregor, por sua vez, disse que Washington ao longo de dez anos tem inundado Kiev com armas, antagonizando-a contra Moscou. Por isso, segundo Douglas, não é de surpreender que tudo tenha resultado na escalada do conflito.
Desde 24 de fevereiro, a Rússia tem conduzido uma operação militar especial para desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia. O presidente russo Vladimir Putin declarou como seu objetivo "defender as pessoas que ao longo dos oito anos têm sofrido intimidações e genocídio por parte dp regime de Kiev". Segundo Putin, o objetivo final da operação é libertar Donbass e criar condições que garantam a segurança da própria Rússia.