O Irã desistiu de pedir como uma de suas exigências para volta ao acordo nuclear que os EUA tirem o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) da lista de Organizações Terroristas Estrangeiras do Departamento de Estado norte-americano.
De acordo com o The Times of Israel, um alto funcionário do governo disse na sexta-feira (19) que Teerã abandonou a exigência "linha vermelha" em meio a relatos de que os lados estão, finalmente, se aproximando do retorno conjunto EUA-Irã ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).
"A versão atual do texto, e o que eles estão exigindo, a abandona [a retirada do IRGC da lista]", disse o funcionário, observando que os EUA rejeitaram repetida e consistentemente a exigência. "Então, se estamos mais perto de um acordo, é por isso", complementou.
Ao mesmo tempo, o país persa também abriu mão de exigências relacionadas à exclusão de várias empresas ligadas ao IRGC.
Embora um acordo esteja agora "mais próximo do que estava há duas semanas, o resultado permanece incerto, pois algumas lacunas permanecem. O presidente [Joe] Biden só aprovará um pacto que atenda aos nossos interesses de segurança nacional", afirmou.
Já para Israel, a notícia de que o retorno ao JCPOA está próximo é motivo de apreensão. De acordo com a mídia, Tel Aviv espera que progresso nas negociações nucleares com Irã "seja reversível".
"Os iranianos não trabalham muito rápido. Esperamos que a situação seja reversível. Se eles chegarem a um acordo, tentaremos maximizar as conquistas [para Israel] dentro do mesmo. Em última análise, vamos acabar com um negócio ainda pior", afirmou um alto funcionário do governo israelense citado pelo jornal.
Na próxima semana, o Conselheiro de Segurança Nacional israelense, Eyal Hulata, vai a Washington para realizar uma série de reuniões com autoridades norte-americanas sobre o programa nuclear do Irã.