De acordo com o levantamento, divulgado nesta terça-feira (23), mais de 65% dos bares pesquisados pelo jornal disseram que suas contas aumentaram mais de 100% após o início das sanções do Ocidente contra a Rússia. Outros 30% relataram um aumento de 200%, ao passo que 8% informaram que agora estão com um custo 500% maior.
Além disso, quase 80% dos pubs indicaram que não poderão arcar com o aumento dos preços de energia.
Segundo os empresários donos dos bares pesquisados, eles estão pedindo ao governo do Reino Unido que tome medidas para ajudá-los a lidar com a escalada de preços, com cortes de impostos e teto nos custos da energia para as empresas.
"É preciso apoio e intervenção adequados por parte do governo. Mesmo um aumento de 20% será inacessível, muito menos 200%", disse um dos empresários à revista.
Segundo ele, alguns donos de negócios no setor afirmam que estão dificuldades até em celebrar contratos de fornecimento de energia.
"Conversando com outros empresários, nem mesmo estão sendo oferecidos novos contratos de energia a qualquer preço devido ao fato de o setor ser considerado de 'alto risco'. Com isso, eles não podem obter energia, mesmo que possam pagar. Uma bagunça", disse à mídia Heath Ball, diretor-gerente do Frisco Group, que opera três pubs ao sul do país.
De acordo um estudo da organização voltada a direitos dos consumidores Citizens Advice, 24% dos britânicos não terão condições financeiras de pagar as contas de luz em outubro de 2022, quando o regulador de energia britânico, Ofgem, vai aumentar os preços novamente.
Em janeiro do ano que vem, esse número poderá subir para 34%, apontou o levantamento. Segundo a Citizens Advice, o custo das contas deverá chegar a mais de 4,2 mil libras (R$ 26.134) por ano em 2023.
No início de agosto, o Banco da Inglaterra anunciou um aumento recorde da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 1,75%, maior valor desde 1995, e elevou a previsão de inflação no ano de 10,25% para 13%.
Desde 2021, os preços da energia na Europa vêm crescendo como parte de uma tendência global. Após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia e a adoção de vários pacotes de sanções pelo Ocidente contra Moscou, os preços dispararam, levando muitos governos europeus a recorrer a medidas de contingência.