O jornal especificou que as autoridades alemãs também consideraram a opção de transferir o petróleo através do porto polonês de Gdansk. Além disso, de acordo com FT, a refinaria alemã espera substituir o petróleo russo pelo do Cazaquistão.
Segundo afirmou a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo Maria Zakharova, a recusa da Polônia de fornecer o petróleo para a refinaria alemã mais uma vez demonstra que "não se trata de solidariedade europeia", pois Varsóvia "está cuidando dos seus próprios interesses".
"Isso é mais um argumento de que Varsóvia não planeja conduzir nenhum jogo, mesmo sob as suas próprias regras já declaradas. Varsóvia está interessada no que não tem nada a ver com a confiança mútua e as relações de parceria mutuamente vantajosa com a Ucrânia", disse Zakharova no serviço russo da Rádio Sputnik.
Segundo a diplomata, a Polônia está cheia de "desejo de jogar a carta geopolítica, esquecendo-se de todas as europromessas e todos os juramentos de eurossolidariedade".
Anteriormente, o presidente polonês, Andrzej Duda, apelou para "se livrar" do gasoduto Nord Stream 2. Conforme o líder da Polônia, não pode haver retorno ao princípio de "negócios habituais" quando se trata da Rússia.
A proibição das importações do petróleo russo, imposta pela União Europeia, se tornou um problema especialmente grave para a economia do leste de Brandemburgo. Assim, a refinaria na cidade de Schwedt, que antes satisfazia as necessidades da própria região, de Berlim e do oeste da Polônia, até hoje funcionou à custa do fornecimento do combustível através do oleoduto da Rússia.
Enquanto o governo alemão está procurando fontes alternativas, segundo os dados da Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (IHK, na sigla em alemão), 69% das empresas entrevistadas insistem que a Alemanha continue utilizando o fornecimento do petróleo russo através do oleoduto.
A Alemanha está perante um colapso energético, que pode se agravar no inverno do Hemisfério Norte que vem, devido ao possível corte do fornecimento do gás russo. O ministro da Economia alemão, Robert Habeck, e o chefe da Agência Federal das Redes, Klaus Muller, têm várias vezes apelado para os cidadãos alemães pegarem leve com o consumo de energia a fim de economizar.