Panorama internacional

EUA empurram o mundo para beira da guerra com movimentos na Ucrânia e Taiwan, diz ex-legislador

Elementos dentro do governo dos EUA colocaram o mundo à beira da guerra devido a decisões políticas imprudentes em relação às situações na Ucrânia e em Taiwan, disse o ex-senador pelo estado da Virgínia Richard Black à Sputnik.
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"Existem elementos do governo americano que são bastante irresponsáveis agora. E eles fazem coisas imprudentes. Eles estão fazendo isso na Ucrânia, e eles estão fazendo isso com Taiwan. E eles estão sendo provocativos de forma imprudente", disse Black. "Quando uma nação como os Estados Unidos é imprudente, quando eles apostam que podem fazer algo que é provocativo, então eles dependem do bom senso do outro país [...] e isso é uma coisa muito perigosa de se fazer, porque qualquer um dos lados pode cometer erros."
Black disse que compartilha das preocupações do ex-secretário de Estado Henry Kissinger de que os EUA estão à beira da guerra com a Rússia e a China por questões "que nós mesmos criamos em parte", sem qualquer ideia de onde isso vai terminar ou mesmo para onde deveria levar.
Esta é uma postura muito estranha para os Estados Unidos, acrescentou Black, e alertou que o país está literalmente jogando com a vida dos cidadãos norte-americanos, contando que "o outro lado" não calcule mal as consequências.
Black disse que os EUA não têm justificativa para despejar armas de forma imprudente na Ucrânia e a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, não tinha o direito de visitar Taiwan para desafiar a delicada política de Washington de Uma Só China.
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Pelosi, no início de agosto, tornou-se a mais alta autoridade dos EUA a visitar Taiwan em 25 anos. A China condenou a viagem de Pelosi, que considerou um gesto de apoio ao separatismo, e lançou exercícios militares em larga escala nas proximidades da ilha.

Envio de armas para Kiev

Black observou ainda que Washington não tem motivos para despejar armas na Ucrânia e se envolver na situação, enquanto grande parte de seu financiamento provavelmente vai acabar em contas bancárias na Suíça.
O ex-parlamentar afirmou que os US$ 56 bilhões (cerca de R$ 286,3 bilhões) em ajuda à Ucrânia, aprovados por Washington em maio, estão se aproximando de todo o orçamento anual de defesa da Rússia.
"É uma quantia imensa de dinheiro. Parte ficará em contas bancárias de oligarcas ucranianos. Parte ficará em contas bancárias de filhos e parentes de alguns senadores americanos que vão lucrar muito", disse Black.
Citando uma reportagem da CBS News, Black disse que apenas 30% das armas dos EUA enviadas para a Ucrânia estão realmente chegando às linhas de frente.
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Os EUA anunciaram mais US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15,3 bilhões) em ajuda de segurança para a Ucrânia na quarta-feira (24), a maior parcela até o momento, elevando o total comprometido desde janeiro para US$ 13,5 bilhões (aproximadamente R$ 69 bilhões), segundo o Pentágono.
Moscou denunciou repetidamente o fluxo contínuo de armas para a Ucrânia de seus aliados ocidentais, dizendo que isso adiciona "combustível ao fogo". Em abril, a Rússia enviou uma nota aos Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), condenando sua assistência militar a Kiev. Em julho, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse que as armas estrangeiras fornecidas pelo Ocidente à Ucrânia acabaram em mercados ilegais, não apenas na Europa, mas também no Oriente Médio devastado pela guerra. O ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, observou que qualquer carga contendo armas para a Ucrânia vai se tornar um alvo legítimo para a Rússia.
"Algumas das armas, é claro, estão sendo destruídas por meio de ataques cuidadosamente direcionados pela Rússia, que têm sido muito, muito eficazes. Mas também muitas das armas estão sendo vendidas no mercado negro", disse Black. "O que está acontecendo é que os países ocidentais se tornaram tão imprudentes na distribuição desses mísseis antiaéreos que não sabemos para onde eles vão [...] Há algo na dark web onde você realmente pode comprar esses mísseis antiaéreos e antitanque."
O ex-parlamentar disse que a imprudência desta guerra é difícil de compreender, com armas sendo distribuídas "por todo o lugar" e apenas uma pequena porção realmente chegando às linhas de frente, acrescentando que isto está apenas matando mais pessoas, especialmente mais ucranianos.
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"Mas acho que a Rússia é capaz de sustentar a guerra e chegará o momento em que a Ucrânia simplesmente terá esgotado seus recursos, e eles não poderão mais combatê-la", disse Black.
Ele também afirmou que o governo Biden definitivamente não permitirá que nenhuma conversa entre a Rússia e a Ucrânia ocorra antes que os norte-americanos, que foram alimentados com uma visão distorcida do conflito pela mídia dos EUA, vão às urnas nas eleições de meio de mandato.
"Os Estados Unidos certamente não permitirão nenhuma negociação antes das eleições de meio de mandato", disse Black. "O povo americano não sabe que a Ucrânia está perdendo a guerra. Todos os relatos publicados pela grande mídia corporativa dão uma visão muito distorcida. Então, eles são um grupo relativamente pequeno de pessoas que entendem o que realmente está acontecendo."
O último pacote de segurança dos EUA, anunciado no Dia da Independência da Ucrânia, inclui seis NASAMS e munições adicionais, sistemas de foguetes guiados por laser, 245.000 projéteis de artilharia e 65.000 munições para morteiros, disse o Pentágono. O pacote também inclui sistemas contra veículos aéreos não tripulados VAMPIRE, sistemas aéreos não tripulados Puma e até 24 radares de luta contrabateria.
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