"Mais de 8 milhões de toneladas de fertilizantes russos e produtos crus para cultivo de alimentos destinados à exportação permanecem bloqueados nos terminais de transbordo devido a sanções ocidentais", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia nesta sexta-feira (26).
A pasta aponta que "apesar das declarações feitas por Washington e Bruxelas de que as sanções à Rússia não se aplicam a produtos alimentícios e fertilizantes", ainda existem obstáculos para liquidações bancárias, seguros e remessa de mercadorias.
Até o momento, devido às sanções ocidentais, quase 8 milhões de toneladas de fertilizantes e produtos crus, "suficientes para o cultivo de alimentos para 100 milhões de pessoas, continuam bloqueados apenas nos terminais de transbordo", disse o ministério.
O ministério ressaltou que a participação da Rússia na estrutura do mercado mundial de alimentos é muito maior que a da Ucrânia, acrescentando que a Rússia exportou 43 milhões de toneladas de grãos em 2021 e espera exportar 50 milhões de toneladas este ano.
A Rússia também é o maior exportador de fertilizantes, com participação nos mercados globais de 25%, ou 27 milhões de toneladas.
O ministério instou todos os lados a aderirem aos acordos de Istambul, a iniciativa de grãos do mar Negro, para garantir a manutenção da segurança alimentar global e reduzir os riscos relacionados a alimentos.
Em 22 de julho, Rússia, Ucrânia e Turquia assinaram uma iniciativa mediada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para fornecer um corredor marítimo humanitário para navios transportarem alimentos e fertilizantes dos portos do mar Negro.
Três portos ucranianos importantes, entre eles o de Odessa, foram desbloqueados para retomar as exportações. Um centro de coordenação conjunto foi criado para monitorar a implementação da iniciativa.
A série de documentos também suspendeu as restrições ao fornecimento de produtos russos para exportação e forneceu a assistência de Moscou na exportação de grãos ucranianos.