A União Europeia é responsável pela crise energética que está causando danos econômicos na Europa enquanto se prepara para o inverno no final do ano, disse na terça-feira (6) Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia.
"A Europa está colhendo o que semeou. A atitude da Europa em relação ao sr. [presidente russo Vladimir] Putin e suas sanções [à Rússia] inevitavelmente levaram o sr. Putin a esta situação", resumiu ele em uma coletiva de imprensa em Ancara, citado pelo canal Al-Arabiya.
"Acho que a Europa vai passar este inverno enfrentando sérios problemas. A Turquia, por outro lado, não tem problemas com a entrega de gás", apontou Erdogan.
Os preços spot do gás natural na Europa subiram quase 30% na segunda-feira (5), superando US$ 2.850 (R$ 14.692) por 1.000 metros cúbicos após a interrupção do fornecimento via Nord Stream (Corrente do Norte), o último grande gasoduto russo que permaneceu operacional após o fechamento de outras rotas de fornecimento divido às sanções impostas por Bruxelas e por países individuais, incluindo Polônia e Ucrânia.
A Turquia conseguiu evitar a pior das consequências da crise do gás, com o jornal turco Yeni Safak relatando em agosto que os residentes de Ancara desfrutam de preços de gás mais baratos do que os de qualquer capital europeia, o equivalente a 4,68 liras turcas (R$ 1,32) por metro cúbico. Em comparação, os residentes de Londres estão pagando o equivalente a € 1,96 (R$ 10,03), os de Atenas € 1,82 (R$ 9,32), os moradores de Sófia € 1,45 (R$ 7,42), e em Zagreb € 0,56 (R$ 2,87).
Em agosto, a Turquia assinou uma série de acordos comerciais com a Rússia, incluindo a execução de parte de seus pagamentos de gás russo por rublos.