Segundo Kadyrov, a Rússia tem muitos recursos, especialmente militares, tanto que "a OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e o Ocidente vão se cansar de contar".
“Mesmo se excluirmos os reservistas da equação, ainda temos uma equipe colossal de funcionários que, de uma forma ou de outra, têm boa preparação física e habilidades com armas", disse o chefe da Chechênia.
Kadyrov contabilizou o contingente de todas as Forças Armadas da Federação da Rússia e de seus aliados. "Juntamente com os departamentos policiais e militares - são cerca de 5 milhões de pessoas que passam regularmente nos padrões esportivos", declarou.
Se você deixar 50% dos funcionários em suas postos, então a segunda metade deles no valor de 2,5 milhões de pessoas vai demolir qualquer exército ocidental. E a reserva não será necessária "- Kadyrov escreveu no canal Telegram.
O chefe da Chechênia condenou aqueles que fugiram da mobilização parcial, chamando-os de "parasitas" e "preguiçosos". De acordo com Kadyrov, houve desviantes durante a Grande Guerra pela Pátria, mas mesmo assim eles defenderam sua pátria "tanto velhos quanto jovens, ombro a ombro". O líder checheno já havia classificado os fugitivos como "covardes" e "traidores".
"Talvez haja também a culpa de nosso Estado, que permitiu que a propaganda ocidental espalhasse seus tentáculos e diluísse a educação patriótica. Mas mesmo assim, um homem de verdade deveria sonhar em realizar uma façanha", apontou Kadyrov.
Na quarta-feira (21), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou uma mobilização parcial.
A decisão do Kremlin ocorreu um dia após as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL), e das regiões ucranianas de Zaporozhie e Kherson — controladas pela Rússia — de decidirem organizar referendos de adesão à Federação da Rússia. Os referendos serão realizados entre os dias 23 e 27 de setembro.
De acordo com o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, a mobilização parcial no país é motivada pela necessidade de controlar a linha de contato em meio à operação militar especial russa na Ucrânia, que se estende por cerca de 1.000 quilômetros. A medida convoca 1% do potencial de mobilização da Rússia, o equivalente a cerca de 300 mil reservistas.