"Essa crise também está relacionada à questão do momento, do contexto, e motivada pelos próprios governos. Tudo isso é fruto de ações dos próprios governos da Europa. Nesse sentido, pode ser que haja pressão, mas não no sentido de culpar os governos do euro", comentou.
"Não consigo julgar que mudança de política externa pode ser pensada. A Europa tem uma ligação muito forte com a parte ocidental, com os Estados Unidos, que são seus aliados. Talvez a Europa deva questionar ou ter uma política de maior neutralidade, não fazer envios de arma e ajuda financeira. Por outro lado, é preciso lembrar que quando a Europa faz isso, os países europeus também têm o receio de expansão da Rússia", analisou.
"Não sei em que medida poderia se pensar na neutralidade para os países europeus. Podem não seguir com um alinhamento em relação aos Estados Unidos, talvez procurar mais diálogo com [o presidente russo, Vladimir] Putin. É uma situação extremamente difícil. A margem de manobra dos países europeus é pequena", reflete Valls. "Manter total neutralidade é muito difícil para os europeus, porque está todo mundo no mesmo território."
"Isso não desemboca em um alinhamento com a Rússia. Se houver mudança, vai haver um isolamento dos países [da UE]", avaliou.