Operação militar especial russa

Peskov: fala de Zelensky sobre 'ataque preventivo' confirma que Putin estava certo sobre operação

Nenhum país do Ocidente repreendeu as falas do presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, acerca de um "ataque preventivo" contra a Rússia. A incitação confirma que o presidente Vladimir Putin estava certo ao decidir sobre a operação militar especial no país vizinho, disse o porta-voz presidencial da Rússia, Dmitry Peskov, nesta sexta-feira (7).
Sputnik
Ontem (6), Zelensky, falando no Lowy Institute, da Austrália, por meio de uma chamada de vídeo, disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) deveria lançar ataques "preventivos" à Rússia, e não "esperar pelos ataques nucleares da Rússia".

"O que a OTAN deve fazer? Eliminar a possibilidade de a Rússia usar armas nucleares. Mas o mais importante, apelo novamente à comunidade internacional, como antes de 24 de fevereiro: ataques preventivos, para que eles [os russos] saibam o que acontecerá com eles se as usarem. E não o contrário", disse o presidente ucraniano.

Panorama internacional
Peskov alerta o mundo após Zelensky pedir por 'ataque preventivo' contra a Rússia
A Rússia já declarou em diversas ocasiões que não tem planos de desencadear uma guerra nuclear, tampouco de usar armas nucleares táticas durante a operação militar especial nas fronteiras russas.
De acordo com Peskov, houve apenas algumas tentativas "tímidas" de condenação do tom das declarações.

"Houve algumas tentativas tímidas, digamos, de condenar o tom de Zelensky. Ouvimos na Organização das Nações Unidas [ONU], e assim por diante. Mas, para nosso pesar, vamos dizer: não ocorreu a ninguém frear seu vassalo. Isso é muito perigoso", disse Peskov à emissora de TV Rossiya 1.

O porta-voz presidencial também disse que as declarações de Zelensky são, na verdade, uma convocação para que países que detêm armas nucleares ataquem a Rússia com elas.

"Claro que não podemos ignorá-lo, e pedimos principalmente aos líderes de outros Estados que também não o ignorem, porque, do ponto de vista dos sintomas, são declarações muito perigosas, muito perigosas. O chefe da Ucrânia pede aos principais Estados do mundo, os países do clube nuclear, que lancem um ataque preventivo ao nosso país, à Federação da Rússia", alertou o porta-voz presidencial. "Essa é uma declaração absolutamente flagrante, que provavelmente fala da moral do presidente da Ucrânia, que está repleta de erros irreparáveis e ​​muito perigosos e que mais uma vez sublinha a correção de nosso presidente quando tomou a decisão de conduzir a operação militar especial", disse Peskov.

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'Inadequadas e inaceitáveis', diz Rússia na ONU sobre falas de Zelensky

As declarações do presidente da Ucrânia pedindo por "ataques preventivos" contra a Rússia são inadequadas e inaceitáveis, disse Konstantin Vorontsov, vice-diretor do Departamento para Não Proliferação e Controle de Armas do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em uma reunião do Primeiro Comitê da Assembleia Geral da ONU nesta sexta-feira (7).
Moscou monitorará a reação dos aliados ocidentais da Ucrânia em relação a essas palavras, acrescentou.

"Ontem (6), declarações completamente inadequadas e absolutamente inaceitáveis ​​foram feitas pelo regime de Kiev sobre a necessidade de ataques preventivos dos países da OTAN contra a Rússia. Definitivamente vamos monitorar e levar em conta a reação dos patronos ocidentais de Kiev. É importante entender se ele agiu, neste caso, com o seu conhecimento e consentimento", sublinhou o diplomata.

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Mais cedo, um representante da delegação ucraniana disse que Zelensky não quis dizer ataques nucleares, mas sanções contra Moscou.
Como Vorontsov apontou, esta não foi a primeira vez que Zelensky usou retórica relacionada à criação de armas nucleares ou ao uso de armas nucleares em seus discursos ou entrevistas.
As palavras do chefe ucraniano serão levadas em consideração pelo Kremlin para garantir a segurança e a integridade do território russo, acrescentou.

"Peço a todos os delegados que acessem o site onde essa entrevista está postada em ucraniano e ouçam o que o presidente Zelensky disse na fonte original. E você ouvirá facilmente que não se tratava de algum tipo de sanções preventivas antes de 24 de fevereiro, aquelas míticas que o serviço de imprensa presidencial [ucraniano] inventa, mas era claramente sobre a necessidade de ataques nucleares preventivos dos países da OTAN contra a Rússia e nada mais", disse Vorontsov. "Portanto, sob essas condições, definitivamente monitoraremos e levaremos em consideração essas declarações do presidente Zelensky ao tomar as medidas necessárias para garantir a dissuasão nuclear e garantir a segurança da Rússia de acordo com a doutrina militar da Federação da Rússia, assim como com os fundamentos da política de dissuasão nuclear."

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