A Coreia do Norte disparou centenas de tiros de artilharia no mar perto da zona-tampão estabelecida com o Sul, chamando a medida de "alerta grave" para Seul depois de esta lançar grandes exercícios militares programados para continuar durante a semana.
O Estado-Maior Conjunto sul-coreano disse que Pyongyang lançou cerca de 100 projéteis na costa oeste e outros 150 na costa leste ainda na terça-feira (18), observando que eles caíram fora de suas águas territoriais, mas dentro de uma fronteira marítima estabelecida em 2018 para evitar incidentes entre os dois lados.
"Apelamos fortemente à Coreia do Norte que interrompa imediatamente suas ações", disseram os militares em comunicado nesta quarta-feira (19), acrescentando que "as provocações contínuas da Coreia do Norte são ações que minam a paz e a estabilidade da península coreana e da comunidade internacional".
O bombardeio marcou a segunda vez que a Coreia do Norte disparou contra a zona de fronteira na semana passada, desencadeando uma demonstração de força semelhante à de sexta-feira passada (16), quando lançou cerca de 170 projéteis de artilharia, um míssil balístico de curto alcance e movimentou vários aviões de guerra.
Em comentários posteriormente divulgados pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA), uma autoridade militar não identificada disse que a manifestação pretendia enviar uma mensagem a Seul.
"A fim de enviar um alerta grave mais uma vez, ele garantiu que as unidades [do Exército Popular da Coreia] nas frentes leste e oeste conduzissem um fogo de advertência ameaçador para os mares leste e oeste na noite de 18 de outubro, como uma poderosa contramedida militar", disse o funcionário, condenando o "exercício de guerra da Coreia do Sul contra o Norte".
Seul iniciou seu exercício militar anual Hoguk na segunda-feira (17), que autoridades disseram ser destinado a melhorar a capacidade do país de repelir ameaças de mísseis norte-coreanos. O exercício vai terminar no sábado (22) e se segue a uma enxurrada de atividade militar da Coreia do Sul nas últimas semanas, que incluiu operações conjuntas com os EUA e o Japão.
Esses exercícios ocorrem em meio a escaladas significativas na península coreana, com a Coreia do Norte realizando um número recorde de testes de mísseis em 2022, após vários anos de relativa calma. Além dos testes de armas, Pyongyang anunciou recentemente que realizou um exercício simulando o carregamento de ogivas nucleares táticas em um silo escondido embaixo de um reservatório, parte de uma série de exercícios lançados em setembro para garantir a prontidão de suas forças nucleares.