Eleições 2022

'Bolsonaro teve a petulância de mandar o ministro da Justiça para proteger Jefferson', diz Lula

O presidente Jair Bolsonaro "teve a petulância de mandar o ministro da Justiça para proteger Jefferson", afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao comentar a prisão do ex-deputado durante entrevista ao podcast DL Show, na noite deste domingo (23).
Sputnik
"Bolsonaro é muito agressivo. Ele teve a petulância de mandar o ministro da Justiça lá para proteger um cidadão que tinha se recusado a se entregar para a PF que cumpria o mandado de um juiz. Ou seja, é um absurdo", disse Lula.
O ex-presidente afirmou ainda que Bolsonaro já "ofendeu os ministros da Suprema Corte" e que agora enviou um ministro da Justiça até a casa de Jefferson para proteger "o aliado" que "se comportou como um bandido" ao receber os agentes da PF a tiros em sua casa.

"Por que ele não mandou o ministro saber como matam tantos pobres na periferia todo santo dia? Por que quando há chacina ele não manda o ministro da Justiça para lá? Agora para proteger o aliado dele [ele manda]", disse.

Lula também ironizou a declaração de Bolsonaro em que tenta se desvincular de Jefferson. O presidente chegou a afirmar que "não tem foto" ao lado do ex-deputado preso, mas há registros que circulam nas redes e na imprensa.
"Agora está com vergonha. Agora vai dizer: 'eu nem conheço, aquela fotografia é que ele passou perto de mim e tiraram'. Não, ele não só é cabo eleitoral do presidente, como é sócio e defensor do presidente, de todas as malandragens", afirmou Lula.
O ex-deputado federal Roberto Jefferson se entregou e foi preso pela Polícia Federal (PF) neste domingo (23), após ter atacado agentes federais com tiros e granadas e passar oito horas desrespeitando ordem legal de prisão, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro. Dois agentes tiveram ferimentos leves e foram levados a hospitais.
Na entrevista ao DL Show, Lula afirmou ainda que "essa é a eleição mais importante que eu já participei na vida". Para o ex-presidente, é uma "eleição atípica e é a primeira eleição que participo que tem uma predominância da ignorância, da violência, da intolerância".

"Começou em 2018. Aliás, em 2018 foi a primeira vez que eu vi que a mentira prevaleceu sobre a verdade. A fake news tomou conta da comunicação brasileira, da campanha. E Bolsonaro foi eleito com base na mentira e faz uma disputa com base na mentira. Ele não tem nenhum compromisso com a verdade, ele é mentiroso compulsivo. Ele mente olhando para a sua cara, isso não existia no Brasil", disse.

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