"O mundo sente saudades do Brasil. Aquele país soberano que falava de igual para igual com os países mais ricos e poderosos e que, ao mesmo tempo, contribuía para o desenvolvimento dos países mais pobres. O Brasil que apoiou o desenvolvimento dos países africanos, que trabalhou pela integração da América Latina, da América do Sul e do Caribe, que fortaleceu o Mercosul e ajudou a criar o G20, a Unasul [União de Nações Sul-Americanas], a CELAC [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos] e o BRICS. Hoje nós estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta, que o Brasil é grande demais para ser relegado ao triste papel de pária do mundo."
"Este mandato de Lula vai ser uma reconstituição da integração regional, não tenho nenhuma dúvida disso", aponta Garcia.
"O Brasil tende a buscar recuperar sua projeção internacional, e a região vai ganhar muita importância. Com Bolsonaro, o Brasil prestou muito pouca atenção no seu entorno regional. A relação com a Argentina, especialmente na era Fernández, se deteriorou de maneira brutal. O Mercosul também viveu um período de relativa estagnação, muito focado só em uma agenda comercial; perdeu muito de seu vigor. E, no resto da região, o Brasil passou a atuar como um coadjuvante, o que é muito estranho", afirma Velasco.