Panorama internacional

Política energética de Biden pode pesar no bolso de todo o mundo na hora de comprar gasolina?

A política energética aplicada pela administração Biden levará não só a um aumento dos preços dos combustíveis nos EUA, mas também a um aumento global dos preços do petróleo. Vladimir Demidov, especialista em recursos e mercados energéticos, explicou à Sputnik como isso afetará a economia russa.
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O especialista destacou que diante da decisão da OPEP+ de reduzir a produção de petróleo, de a Rússia deixar de fornecer petróleo à Europa, e de o gás e o petróleo serem mais rentáveis para vender à Europa e à Ásia, Estados Unidos têm de fornecer o seu petróleo ao mercado externo, deixando o mercado interno norte-americano em escassez, o que poderia levar a um aumento significativo dos preços da energia a médio prazo.
"Os EUA começaram a tirar petróleo da sua reserva estratégica, que já era extremamente baixa, cerca de 400 milhões de barris, o nível mais baixo em 25 anos. Além disso, eles começaram a tirá-lo a um ritmo ainda mais rápido", disse Demidov.
Ele especificou que em janeiro do ano que vem os EUA devem anunciar os volumes exatos de suas estratégicas de petróleo e se a tendência continuar e se se revelar que eles são muito baixos, então "os preços do petróleo vão disparar no mundo".
Em relação ao mercado russo, o especialista assinalou que está se formando um novo mercado petrolífero, que se centra especificamente no produto russo e trabalha apenas com fornecedores russos.
"A curto prazo, é claro, os preços aumentarão. Em primeiro lugar, em dezembro a Rússia terá de se retirar do mercado europeu de petróleo transportado por via marítima. Naturalmente, vai ser exigido que se encontre um número necessário de navios que possam transportar o petróleo russo para a Ásia ou para outros países que depois revenderão o petróleo russo por todo o mundo, […] mas estes custos vão baixar e, eventualmente, poderemos comparar o que aconteceu no início do ano e agora, ou seja, quando o desconto do petróleo russo começou a baixar substancialmente. Penso que acontecerá o mesmo. Os fornecedores russos acabarão encontrando uma forma de fornecer petróleo aos novos mercados, ou a Rússia encontrará uma forma de fornecer também o seu petróleo aos antigos mercados de onde saiu", acrescentou.
Os preços do gás na Europa estão caindo e os depósitos de gás foram preenchidos de 95% a 100% porque a Europa fez um grande esforço. Sem contar que este outono no Hemisfério Norte está muito quente para esta época do ano, mas, em breve, a temperatura começará a cair e os preços poderão disparar.
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De acordo com os mais recentes números do Departamento de Energia norte-americano, as reservas totais de emergência de petróleo dos EUA estão atualmente em 401,7 milhões de barris em queda constante desde março. Com a economia dos EUA consumindo cerca de 20 milhões de barris por dia, a reserva atualmente tem petróleo bruto suficiente para durar apenas 20 dias se a produção e as importações forem de alguma forma interrompidas devido a uma emergência.
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