Damasco tomará todas as medidas necessárias para defender seu território e garantir a segurança, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Síria, Ayman Susan, hoje (23), ao comentar a operação aérea da Turquia no norte do país.
"A Síria fará tudo o que for necessário para defender suas fronteiras e garantir a integridade de seu território. Fará isso de acordo com as normas do direito internacional que conferem legitimidade", disse Susan em Astana, capital do Cazaquistão, onde a 19ª rodada de consultas sobre a Síria acontece nesta semana.
Na noite de 19 para 20 de novembro, Ancara lançou uma série de ataques aéreos no norte do território sírio contra instalações de milícias sírio-curdas e iraquiano-curdas associadas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PPK), classificado na Turquia como terrorista.
"O problema é que a Turquia quebra seus compromissos apesar de tê-los aprovado [...]. É um problema do qual todos os participantes nas consultas, incluindo os países garantidores, estão falando. Eles estão tentando convencer a Turquia de que suas ações são inaceitáveis porque levam a uma escalada de tensão na Síria e na região em geral", observou Susan.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, descreveu a operação, chamada Sword-Claw (Garra de Espada, na tradução), como bem-sucedida e não descartou a possibilidade de uma operação terrestre.
Também hoje (23), Erdogan declarou que operações aéreas turcas contra curdos na Síria e no Iraque "são apenas o começo", conforme noticiado.
As consultas de Astana, realizadas de 22 a 23 de novembro na capital cazaque, contam com a participação das delegações dos países garantes do processo – Rússia, Turquia e Irã, além de representantes das Nações Unidas e países observadores.