"Acreditamos que deve haver uma razão para o fato de recentemente a situação ter piorado não apenas no nordeste da Síria, mas também no Curdistão iraquiano", disse Lavrentyev.
Segundo ele, o caso sírio é considerado pelo Ocidente uma frente adicional na luta contra a Rússia, em meio à operação militar especial de Moscou na Ucrânia e nas fronteiras russas.
Ele aponta que "pode-se dizer sem ambiguidade" que os Estados Unidos "provavelmente estão por trás" das atividades curdas. O enviado russo lembra que Washington também apoia curdos iranianos, "incitando-os a protestar". "Os americanos, é claro, fornecem armas e alimentos ao nordeste da Síria. Os curdos, é claro, são muito dependentes deles", declarou.
"Recentemente, essa intensificação das atividades dos curdos contra o Irã e dos curdos sírios contra a Turquia provavelmente está acontecendo por algum motivo, e um maestro experiente provavelmente está por trás disso", afirmou Lavrentyev.
Na quarta-feira (23), o gabinete do primeiro-ministro iraquiano anunciou que o país decidiu redistribuir guardas de fronteira para tentar impedir ataques por parte do Irã e da Turquia em seu território.
Forças dos EUA patrulham campos petrolíferos em Rmelan, na província de Al-Hasakah, na Síria, controlada por curdos, em 1º de novembro de 2021. Foto de arquivo
© Delil Souleiman
No último domingo (20), Ancara conduziu uma operação aérea contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) no norte da Síria. Foi relatado ataque à cidade de Kobane, bem como em localidade no norte do Iraque. No caso do Irã, seus alvos foram partidos e grupos em oposição a Teerã.
Mais cedo na quarta-feira (23), o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que as operações das Forças Armadas turcas no norte da Síria e no Iraque são "apenas o começo" e que há uma determinação de Ancara de proteger suas fronteiras.
"Nossas operações em andamento são apenas o começo de medidas para proteger nossas fronteiras", declarou o líder turco.