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À PF, governador do DF diz que acampamentos não foram desmontados por 'ordem do comando do Exército'

Palavras do Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, 15 de novembro de 2022
Segundo Ibaneis Rocha, os acampamentos tinham até o dia 29 de dezembro para acabar, porém, o prazo foi "sustado por ordem do comando do Exército". Além disso, afirmou que a segurança em Brasília no domingo (8) sofreu sabotagem.
Sputnik
Ao prestar depoimento à Polícia Federal sobre as invasões ocorridas no Distrito Federal no domingo (13), o governador de Brasília, Ibaneis Rocha (MDB), negou que tenha qualquer envolvimento nos atentados e disse que o plano de segurança elaborado para a manifestação sofreu "atos de sabotagem" das forças de segurança locais, segundo o jornal O Globo.
A defesa do governador, feita pelo advogado Alberto Zacharias Toron, afirmou em nota que "foi uma verdadeira surpresa a inexistência de efetivos em número suficiente para conter os vândalos e, pior, que alguns PMs se confraternizaram com os manifestantes".

Ao mesmo tempo, Toron entregou à PF e-mails e mensagens com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e com o ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que o eximiriam de culpa, relata a mídia.
Ainda de acordo com o documento encaminhado pela defesa de Ibaneis ao Supremo Tribunal Federal (STF), além da menção a planos de sabotagem, o mesmo acusa policiais de terem agido com "conivência" e "colaboração" com os manifestantes golpistas e de terem cometido "deserção".
Sobre os acampamentos no DF, que duraram semanas desde o ano passado, o governador disse que o Exército impediu a retirada do acampamento de bolsonaristas localizado em frente ao quartel-general da capital.
O então ministro da Justiça, Anderson Torres, conversa com o então presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, durante evento. Brasília (DF), 14 de dezembro de 2021
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Segundo ele, o governo "manteve contato com os comandantes militares para organizar a retirada pacífica dos acampados". Ibaneis diz ainda que foi definida a data de 29 de dezembro de 2022 para o início da remoção dos bolsonaristas, porém, o prazo foi "sustado por ordem do comando do Exército", relata o G1.
Apoiadores do presidente brasileiro Jair Bolsonaro protestam contra a derrota de Bolsonaro no segundo turno do lado de fora do quartel-general do Exército em Brasília, Brasil, 15 de novembro de 2022
Além disso, a autoridade afirmou que algumas barracas chegaram a ser removidas, no entanto, policiais militares e agentes do DF Legal não conseguiram terminar o trabalho por "oposição das autoridades militares".
O depoimento do governador será encaminhado ao ministro da STF, Alexandre de Moraes, para análise. Após os atentados de domingo, Moraes afastou Ibaneis do cargo por 90 dias apontando "o descaso e a conivência" do governo do DF com a organização dos atos violentos.
Também hoje (13), o Supremo abriu um enquérito contra Ibaneis e Anderson Torres, conforme noticiado.
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