Ao prestar depoimento à Polícia Federal sobre as invasões ocorridas no Distrito Federal no domingo (13), o governador de Brasília, Ibaneis Rocha (MDB), negou que tenha qualquer envolvimento nos atentados e disse que o plano de segurança elaborado para a manifestação sofreu "atos de sabotagem" das forças de segurança locais, segundo o jornal O Globo.
A defesa do governador, feita pelo advogado Alberto Zacharias Toron, afirmou em nota que "foi uma verdadeira surpresa a inexistência de efetivos em número suficiente para conter os vândalos e, pior, que alguns PMs se confraternizaram com os manifestantes".
Ao mesmo tempo, Toron entregou à PF e-mails e mensagens com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e com o ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que o eximiriam de culpa, relata a mídia.
Ao mesmo tempo, Toron entregou à PF e-mails e mensagens com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e com o ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que o eximiriam de culpa, relata a mídia.
Ainda de acordo com o documento encaminhado pela defesa de Ibaneis ao Supremo Tribunal Federal (STF), além da menção a planos de sabotagem, o mesmo acusa policiais de terem agido com "conivência" e "colaboração" com os manifestantes golpistas e de terem cometido "deserção".
Sobre os acampamentos no DF, que duraram semanas desde o ano passado, o governador disse que o Exército impediu a retirada do acampamento de bolsonaristas localizado em frente ao quartel-general da capital.
Segundo ele, o governo "manteve contato com os comandantes militares para organizar a retirada pacífica dos acampados". Ibaneis diz ainda que foi definida a data de 29 de dezembro de 2022 para o início da remoção dos bolsonaristas, porém, o prazo foi "sustado por ordem do comando do Exército", relata o G1.
Apoiadores do presidente brasileiro Jair Bolsonaro protestam contra a derrota de Bolsonaro no segundo turno do lado de fora do quartel-general do Exército em Brasília, Brasil, 15 de novembro de 2022
© AP Photo / Eraldo Peres
Além disso, a autoridade afirmou que algumas barracas chegaram a ser removidas, no entanto, policiais militares e agentes do DF Legal não conseguiram terminar o trabalho por "oposição das autoridades militares".
O depoimento do governador será encaminhado ao ministro da STF, Alexandre de Moraes, para análise. Após os atentados de domingo, Moraes afastou Ibaneis do cargo por 90 dias apontando "o descaso e a conivência" do governo do DF com a organização dos atos violentos.
Também hoje (13), o Supremo abriu um enquérito contra Ibaneis e Anderson Torres, conforme noticiado.