"[A decisão pela intervenção] Vinha de uma experiência que eu vi no Rio de Janeiro, quando fizeram a GLO no Rio de Janeiro, o Pezão, que era o governador, virou rainha da Inglaterra", declarou sobre a decisão. "O importante é que fui eleito presidente da República desse país, e eu não ia abrir mão de cumprir com as minhas funções e exercer o poder na sua plenitude."
Sobre Jair Bolsonaro, derrotado nas eleições do ano passado, Lula declarou que "vai depender da investigação da participação dele no processo todo. Vai depender da Justiça. Eu não considero ninguém carta fora do baralho. O que eu acho é que devemos ter mais celeridade. Se Bolsonaro teve participação, ele deve ser punido, e se tornar inelegível".
"A minha mágoa é que houve negligência, houve negligência de quem deveria cuidar do Planalto. Não sei se foi do [ex] secretário [Anderson Torres, responsável pelo controle das forças do DF] (...) Vamos apurar, com muita paciência. Não quero ser precipitado. As pessoas vão ser presas, vão ser ouvidas, vão ter direito à defesa e vão ser punidas. Quem não cometeu crimes, vai ser liberado. Vamos respeitar o direito da presunção de inocência", disse. "Fiquei com a impressão de que era um começo de um golpe de Estado. Eu fiquei com a impressão, inclusive, que o pessoal estava acatando ordem e orientação que o Bolsonaro deu durante muito tempo, muito tempo ele mandou invadir a Suprema Corte, muito tempo ele desacreditou do Congresso Nacional, muito tempo ele pedia que o povo andasse armado, que isso era democracia", acrescentou.
"Precisamos evitar o ressurgimento do nazismo e do fascismo. Precisamos convencer que a democracia é melhor", enfatizou Lula. "A democracia só vai vingar se cuidarmos do povo (...) Quero cuidar desse país. É possível cuidar desse povo", prosseguiu, elencando o combate à fome, a segurança pública e o emprego como medidas de garantir o tema.