O Congresso Mundial dos Ucranianos (CMU) e a Representação Central Ucraniana Brasileira (RUCB) enviaram em conjunto um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo para que o Brasília forneça "todo apoio político e diplomático possível" a Kiev, e que uma vez o Brasil se posicionando sobre o assunto, "a autoridade do Brasil no mundo" se fortalecerá.
No documento, as entidades pedem ao governo brasileiro "para que em 2023 aumente a ajuda à Ucrânia e forneça todo o possível apoio político e diplomático […] O vosso apoio [de Lula] à Ucrânia e seu povo não apenas ajudará a interromper essa guerra brutal e restaurar a paz, mas também fortalecerá a autoridade do Brasil no mundo", escreveram Paul Grod e Vitório Sorotiuk, respectivamente presidentes do CMU e da RCUB, segundo a Folha de São Paulo.
Ao mesmo tempo, as entidades parabenizaram o presidente por seu novo mandato e se solidarizaram diante das invasões no Distrito Federal dizendo-se "profundamente chocadas com o recente ataque hediondo e insidioso às instituições democraticamente eleitas do Brasil".
O Brasil tem boa relação com a Rússia, não só por ser um país-membro do BRICS, mas também por todos os anos de diplomacia amigável, que já duram 195 anos.
Durante os governos anteriores de Lula aconteceu a criação do bloco, na gestão de Jair Bolsonaro a aproximação continuou, e agora, no terceiro mandato do petista, Lula e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, já se falaram por telefone e prometeram "fortalecimento da relação entre os países".
No ano passado, a Ucrânia acusou Lula de fazer propaganda a favor da Rússia em meio a conflito. Na época, o chefe de Estado brasileiro disse a revista Times que achava o comportamento do líder ucraniano, Vladimir Zelensky, "um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo".
Com essa declaração e de que "Zelensky é tão culpado quanto Putin" pelo conflito, Kiev decidiu incluir Lula na lista de pessoas que o Centro de Combate à Desinformação no Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia julgavam como persona non grata. Porém, dias depois, o petista não estava mais na lista.
Ontem (23), enquanto discursava na Argentina, o presidente brasileiro defendeu uma moeda única entre os países do Mercosul ou do BRICS: "Se dependesse de mim, a gente teria comércio exterior sempre na moeda de outros países, para não depender do dólar. Por que não criar moeda comum entre os países do Mercosul ou com os países do BRICS?", indagou Lula segundo a revista Carta Capital.