Panorama internacional

Chanceler alemão golpeou com os tanques as relações com a Rússia, diz especialista

Com a entrega de tanques para a Ucrânia, o chanceler alemão Olaf Scholz pôs termo não só à hipotética restauração das relações econômicas com a Rússia no futuro, mas provavelmente também à sua subsequente carreira como chanceler, disse à Sputnik Kirill Molchanov, diretor do Instituto para o Estudo das Consequências das Ações Militares na Ucrânia.
Sputnik
Nesta quarta-feira (25), o governo alemão autorizou a entrega de seus tanques de batalha Leopard 2 para a Ucrânia. Berlim pretende formar dois batalhões de tanques. Na primeira fase está previsto fornecer uma companhia de 14 tanques Leopard 2 tipo A6 das reservas da Bundeswehr – as Forças Armadas do país.
"Com isso [esta decisão] Scholz vai prejudicar muito significativamente sua carreira política, porque, de acordo com pesquisas, a maioria dos cidadãos alemães não apoia o envio de tanques à Ucrânia. Talvez esta seja sua última decisão neste posto, e ele não será mais reeleito, porque na sociedade alemã o pedido era por negociações e por uma solução, não por operações de combate e vitória sobre a Rússia no campo de batalha", disse Molchanov.
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Entretanto, pouco antes da decisão de fornecer os tanques, o chanceler alemão apontou que a prontidão de Berlim para tal decisão dependia se os parceiros em Washington e os aliados da OTAN tomassem a mesma decisão. Mas o primeiro governo a anunciar publicamente a entrega foi precisamente o alemão.
"A Alemanha foi forçada a liderar o processo. No encontro [na base aérea] de Ramstein [o líder ucraniano Vladimir] Zelensky apressava ao máximo sua coalizão de apoio [...] Passou menos de uma semana da cúpula em Ramstein e as restrições [de fornecimento de tanques] foram levantadas. Ou seja, vemos que Berlim não conseguiu resistir à pressão de Washington, Londres e pequenos [Estados] satélites como a Polônia e Países Bálticos", afirmou especialista.
Segundo Molchanov, para a Alemanha isso será uma perda de imagem pública, não apenas em termos históricos, dada a doutrina pacifista pós-1945, mas também em termos financeiros e econômicos.
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