"[Na cúpula] deve ser discutida uma maior coesão, o retorno do BRICS a suas origens. O Brasil e a África do Sul andaram afastados. É necessária a recomposição das forças do BRICS. É necessário discutir uma coesão para a crise da Rússia com a Ucrânia que seja satisfatória. O desafio é grande, mas eu penso que os chefes de Estado têm estatura suficiente para apontar caminhos e apresentar soluções."
"A participação do presidente Vladimir Putin [na cúpula] seria fundamental porque o que acontece com a Rússia é um problema do BRICS. África do Sul e Brasil sofreram ataques violentíssimos por pertencer ao BRICS. Aquele processo de denúncia e desestruturação do Estado sob o pretexto de combate à corrupção foi um combate ao BRICS, foi uma tentativa de alijar os dois do BRICS. E o mesmo acontece com a Rússia. Então o problema da Rússia deve ser visto como um problema do BRICS", afirmou.
"Portanto o BRICS deve acolher o presidente Vladimir Putin. O palco do BRICS deve ser um palco para o presidente Putin colocar essas questões e discutir essas questões", completou.
"A ordem internacional que o BRICS deseja — e é a razão pela qual os países que o formam se reuniram — é uma ordem internacional que seja democrática, multipolar, multilateral e que abra espaço à evolução econômica e social dos países da periferia. O BRICS representa uma liderança política feita pelos grandes países da periferia para mudar a ordem internacional de caráter colonialista."
"Nós não temos nada a ver com essa guerra. O Brasil, historicamente, quando se manteve neutro em conflitos internacionais, nós só ganhamos. A posição do Brasil de ter boas relações com a Rússia e esta reaproximação com a China são muito positivas. E sem esquecer a Índia, que é um país importantíssimo para nós, e a África do Sul", afirma o professor da UnB.