O secretário-geral fez essas observações durante um discurso no Instituto de Estudos Avançados durante uma visita a Seul. Em seu discurso, Stoltenberg expressou gratidão à Coreia do Sul pelo apoio econômico da Ucrânia, mas também pediu para considerar a questão da assistência militar.
"Invocamos a Coreia do Sul a considerar a questão específica do apoio militar [para Ucrânia] [...], [sendo essa] uma decisão que a Coreia do Sul deve tomar no final. Alguns aliados da OTAN mudaram sua política de recusar-se para exportar armas países em conflito militar", disse Stoltenberg.
Ele exemplificou a Alemanha, Suécia, Noruega e outros países, dizendo que eles mudaram de posicionamento, porque eles entenderam que "é a única maneira de apoiar a democracia moderna, para criar condições para uma paz duradoura através da vitória da Ucrânia".
Stoltenberg está em visita à Coreia do Sul de 29 a 30 de janeiro. Ele já se reuniu com o chanceler sul-coreano, Park Jin, tendo durante o encontro discutido a questão norte-coreana e as relações da Coreia do Sul com a OTAN, concluindo que precisam ser fortalecidas. Nesta segunda-feira, o secretário-geral também deve se encontrar com o ministro da Defesa sul-coreano, Lee Jong-sop. De 30 de janeiro a 1° de fevereiro, Stoltenberg visitará o Japão.
A Ucrânia pediu repetidamente à Coreia do Sul para ajudá-la com armas. Em abril do ano passado, Vladimir Zelensky pediu a Seul para abastecer a Ucrânia com veículo de combate, armas antiaéreas, antinavio e antitanque. O ministro da Defesa da Ucrânia, Aleksei Reznikov, pediu para ajudar a defesa aérea do país.
A embaixada dos Estados Unidos em Seul teria transmitido o mesmo pedido à Coreia do Sul. Mas o ministro da Defesa sul-coreano, Seok Wook, declarou que a situação de segurança em seu país "limita a assistência a sistemas de armas letais". A impossibilidade de fornecer armas letais à Ucrânia tem sido desde então uma posição constante de Seul.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sul-coreano, em 26 de janeiro, confirmou mais uma vez no contexto da decisão dos Estados Unidos e da Alemanha de fornecer tanques de combate à Ucrânia que a posição de Seul sobre a impossibilidade de fornecer armas letais a Kiev permanece inalterada.
A Rússia já havia enviado uma nota à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) a propósito dos carregamentos de armas para a Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia. O Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que os países da Aliança Atlântica "brincam com o fogo" ao fornecerem armas para a Ucrânia. Dmitry Peskov, o porta-voz do presidente russo, referiu que bombear a Ucrânia com armas do Ocidente terá um efeito negativo.