Panorama internacional

Ministra da Alemanha admite ter recebido pedido para não fazer piadas sobre chanceler Scholz

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, admitiu que lhe pediram para não fazer piadas sobre o chanceler alemão, Olaf Scholz, e falar apenas o essencial.
Sputnik
Baerbock recebeu na noite de sábado (4) uma ordem de teor humorístico "contra seriedade brutal" da Associação Carnavalesca da cidade alemã de Aachen. A ordem é entregue anualmente a políticos famosos pelo senso de humor e pela proximidade deles com o povo. O recebedor do prêmio honorário é nomeado cavaleiro.
Em seu discurso na cerimônia de premiação, Baerbock admitiu que a comitiva dela recomendou que tivesse cuidado com o que ela diz.
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"Fui avisada: Annalena, depois desta semana, por favor, não faça piada sobre o chanceler federal. E o mais importante: por favor, não fale demais. Mas é possível não dizer muita coisa quando não se diz nada. Obviamente outros podem fazer isso melhor do que eu", disse o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, citando a ministra.
Ela também observou que tinha planejado ir ao Carnaval vestida com uma fantasia de leopardo (Leopard 2, o nome do tanque de guerra alemão que tem sido objeto de muita discussão nos últimos meses e que a Alemanha finalmente decidiu enviar para a Ucrânia), mas depois mudou de ideia. Segundo Baerbock, surgiu receio de a chancelaria não dar autorização de viagem a ela por várias semanas, por isso foi ao evento "tal como ela está".
A ministra acrescentou que uma mulher ser uma ministra das Relações Exteriores ainda parece ser mais exótica para muitos alemães do que ser "um palhaço ou um super-homem".
Baerbock demonstrou felicidade por estar no Carnaval em Aachen e deixou claro que seria uma grande honra a iniciação "a este ilustre círculo de cavaleiros". Também agradeceu por viver em um país em que todos, inclusive os políticos, podem rir com e dos outros.
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Anteriormente, Baerbock disse em sessão da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) que os países europeus "travam uma guerra contra a Rússia" e conclamou os Estados europeus a trabalharem juntos para fazer mais pela Ucrânia, em vez de buscarem a culpa entre seus próprios. Depois disso foi duramente criticada por deputados e partidos, tendo alguns pedido seu afastamento. O tabloide alemão Bild, citando fontes do governo, informou que o escritório do chanceler Olaf Scholz segue cuidadosamente os passos errados da ministra das Relações Exteriores, apesar da falta de críticas públicas à ministra pelo chanceler.
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