"Acredito que o comunicado ainda está em discussão", disse Yellen durante coletiva de imprensa em Bengaluru, cidade que sediará a reunião dos ministros de Finanças do G20 entre sexta-feira (24) e sábado (25). "Certamente gostaríamos de ver uma forte condenação da guerra, do impacto que teve na Ucrânia e nas perspectivas econômicas globais."
Yellen acrescentou que o comunicado emitido durante a reunião anterior do G20, em Bali, "continha linguagem forte" sobre o conflito, observando que condenar a Rússia era "alcançável no contexto do G20".
No entanto a ideia dos EUA encontra forte oposição na anfitriã do encontro: a Índia.
Nova Deli não quer que o G20 discuta sanções adicionais à Rússia por sua operação militar especial desencadeada na Ucrânia durante o mandato de um ano do país na presidência do bloco.
Houve também um debate para definir palavras para descrever o conflito, segundo informou a agência Reuters na quarta-feira (22).
De acordo com a mídia, a Índia tentou formar um consenso sobre as palavras, chamando a questão de "crise" ou "desafio" em vez de "guerra". As discussões, no entanto, foram concluídas sem uma decisão.
Nesta semana, ministros de Finanças e chefes de bancos centrais estão tendo reuniões no âmbito do G20.
Segundo autoridades indianas citadas pela agência, o impacto econômico do conflito será discutido, mas a Índia rechaça as considerações sobre sanções adicionais contra a Rússia.
"A Índia não está interessada em discutir ou apoiar quaisquer sanções adicionais contra a Rússia durante o G20", disse um dos oficiais mencionados pela agência. "As sanções existentes contra a Rússia tiveram um impacto negativo no mundo."
Segundo outro oficial indiano, as sanções não são um assunto que compete ao G20.
"O G20 é um fórum econômico para discutir questões de crescimento", afirmou.
A Índia é um dos países-membros do BRICS, grupo que congrega também o Brasil, a Rússia, a China e a África do Sul.
Ontem (22) foi o primeiro dia de reuniões para redação do comunicado conjunto do G20.