Durante a reunião da cúpula do G20 realizada este ano em Nova Deli, na Índia, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, encontrou com diversos chefes de Estado e colegas de diplomacia no evento. Entre eles, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
Em conversas separadas, o chanceler conseguiu convencer tanto Moscou como Washington a aceitarem as posições da diplomacia brasileira em relação à operação russa na Ucrânia, e tanto Lavrov quanto Blinken disseram a Vieira que entendiam a posição, apesar de não concordarem com ela, de acordo com a CNN.
Segundo a mídia, a reação das duas potências à posição brasileira foi muito positiva, especialmente em um cenário de divisões tão profundas, a ponto do encontro do G20 terminar sem que os países conseguissem concordar no texto de um comunicado conjunto.
Os países ocidentais do grupo queriam que o comunicado condenasse claramente a operação russa, mas os governos de Rússia e China resistiram à proposta.
Além disso, Moscou quis fazer valer a inclusão de uma condenação aos atos de sabotagem contra os gasodutos Nord Stream que levam gás do país para consumidores na Europa.
O Brasil segue uma linha diplomática, sob a qual já disse que não tomará "partido de qualquer maneira" entre Rússia e Ucrânia. Se por um lado Brasília votou contra a operação russa na Assembleia Geral da ONU, na semana passada, por outro negou-se a vender munição para a Ucrânia usar nos tanques alemães que estão sendo enviados ao país.
Segundo o Itamaraty, Vieira voltará ao Brasil com muitos detalhes das posições de todos os países do G20, relata a mídia.