Na semana passada, o negócio foi amplamente divulgado e metas foram informadas sobre o investimento de cerca de R$ 3 bilhões na instalação de três fábricas no estado, tendo como objetivo a produção de 30 mil veículos, podendo chegar à capacidade produtiva de 150 mil unidades por ano, conforme noticiado.
De acordo com o jornal O Globo, o presiente Luiz Inácio Lula da Silva deve defender que fornecedores de peças, baterias e pneus acompanhem a indústria automobilística e se instalem no polo da região.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim Costa Filho, aposta no aproveitamento da fábrica e acredita na formalização do negócio este mês. Segundo Costa Filho, houve perda de 50 mil postos de trabalho, diretos e indiretos, com o fechamento da fábrica.
"O governo Bolsonaro não tinha qualquer responsabilidade com a reindustrialização no país", disse o sindicalista citado pela mídia.
As discussões vêm de algum tempo e resultaram na assinatura de um protocolo de intenções, no fim do ano passado, entre o governo da Bahia e a montadora chinesa. Portanto, o intuito do presidente de levar a negociação à China é o fato de que, mesmo com as tratativas em estado avançado, ao jornal, a BYD disse que ainda não há decisão final.
De acordo com o especialista em indústria automotiva Cassio Pagliarini, da Bright Consulting, as instalações em Camaçari são imensas. Eram fabricados mais de 250 mil veículos por ano.
"A BYD deve estar fazendo suas contas e verificando se vale a pena ficar com essa imensa instalação, tendo como contrapartida os incentivos oferecidos e talvez pensando numa eventual extensão do prazo para os incentivos. Se a negociação prosseguir, certamente a produção de veículos da BYD será bem inferior à capacidade física dessa fábrica", afirmou Pagliarini ouvido pela mídia.
No entanto, uma fonte na semana passada disse que a empresa poderá assumir o polo automotivo de Camaçari no mês que vem, com produção estimada para começar em 2024. Dirigentes da montadora chinesa estariam a caminho do Brasil nos próximos dias para reforçar a negociação.